Redes sociais ajudaram a identificar esquiador desaparecido há mais de 60 anos

Vestígios de esquiador foram descobertos há mais de uma década, mas só agora é que o caso foi solucionado.

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Uma fotografia fornecida pela família do desaparecido, agora identificado como Henri Le Masne LUSA/ITALIAN POLICE PRESS OFFICE HANDOUT

Desde 2005, a polícia italiana tentava identificar um esquiador a partir dos restos mortais descobertos nesse ano, mas sem sucesso. No fim de Junho último, as autoridades partilharam nas redes sociais a investigação que estava a ser feita com fotos e as informações que tinham entretanto conseguido. Em menos de um mês, ficaram a saber que os vestígios eram do esquiador Henri Le Masne, de origem francesa, desaparecido há mais de 60 anos.

Os restos mortais, assim como algum equipamento de esqui e óculos, foram encontrados em 2005, em Cime Bianche, no vale de Valtournenche, na região italiana de Aosta, junto à fronteira com a Suíça, a mais de 3000 metros de altitude.

Durante os 13 anos de investigação, a polícia reuniu algumas informações que permitiram traçar um perfil do esquiador: seria um homem com cerca de 1,75 metros de altura e cerca de 30 anos. O facto de usar esquis de madeira, ter roupa bordada com as suas iniciais e um relógio sugeriam que se tratava de um homem abastado. O blusão, mais leve do que o normal para a prática de esqui, indicava que o acidente aconteceu durante a Primavera, de acordo com Marinella Laporta, uma investigadora da unidade de polícia forense de Turim, citada pela BBC.

Ao não conseguirem identificar o homem, os polícias forenses decidiram levar a informação para as redes sociais e apelar à sua difusão — especialmente na Suíça e em França. É que, depois de anos a procurar em bases de dados italianas, os investigadores começaram a perceber que a vítima não seria nacional, escreve o Le Figaro.

Os meios de comunicação franceses pegaram no caso. Foi assim que Emma Nassem, sobrinha de Henri Le Masne, o descobriu: através de uma reportagem numa rádio. E percebeu que o homem podia ser o seu tio, desaparecido depois de uma tempestade numa estância de esqui junto à fronteira com a Suíça, em 1954.

O irmão mais novo do esquiador, Roger, agora com 94 anos, enviou um e-mail à unidade da polícia forense italiana onde deu mais informação: “Sou irmão de Henri Le Masne… que provavelmente é o esquiador que desapareceu há 64 anos. Era solteiro e muito independente. Trabalhava para o Ministério das Finanças em Paris.” Deu também uma fotografia que permitiu identificar Henri a partir dos óculos de massa pretos que usava. E o parentesco foi mais tarde confirmado com um teste de ADN.

Henri Le Masne foi dado como desaparecido a 26 de Março de 1954 (na Primavera, como se previa), depois de se ter aventurado a esquiar durante uma tempestade em Matterhorn. Roger, o irmão mais novo, foi à estância de esqui depois do desaparecimento, mas apenas conseguiu recolher alguns pertences pessoais e dinheiro.

Não é a primeira vez que de descobrem os restos mortais de pessoas dadas como desaparecidas há décadas nos Alpes. Em 2017, os restos mortais de um casal suíço desaparecido há 75 anos foram encontrados e identificados. Um mês depois, o recuo do gelo de um glaciar alpino revelou o corpo de um homem alemão, desaparecido na década de 1980.

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