Dióxido de carbono na atmosfera atinge recorde

Resultados de medições no cimo do vulcão Mauna Loa, no Havai.

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Chaminé de um sistema de aquecimento de casas que funciona a carvão, em Pequim DAVID GRAY/Reuters

A quantidade de dióxido de carbono na atmosfera voltou a atingir um novo máximo este ano, alertam cientistas. A agência norte-americana para o oceano e a atmosfera (NOAA, na sigla em inglês) divulgou nesta quinta-feira que os níveis de dióxido de carbono atingiram as 411,25 partes por milhão (ppm) em Maio, segundo registos num observatório federal instalado no cimo do vulcão Mauna Loa, no Havai (EUA), o que é assim acima das 409,65 ppm registadas há um ano.

Este observatório no cimo do Mauna Loa começou por ser criado na década de 50 pela Instituição de Oceanografia Scripps da Universidade da Califórnia (EUA), para monitorizar este gás com efeito de estufa. O registo de 411,25 ppm de dióxido de carbono significa que, por cada milhão de moléculas na atmosfera, cerca de 411 são daquele gás.

O gráfico da concentração de dióxido de carbono na atmosfera é conhecida por Curva de Keeling, em homenagem ao físico Charles Keeling, que em 1958, a trabalhar na Instituição de Oceanografia Scripps, instalou um aparelho no Mauna Loa, longe das fontes de poluição do mundo industrial, para medir este gás de estufa. Desde então, o dióxido de carbono na atmosfera terrestre não pára de bater recordes.

Maio é tradicionalmente o mês com os níveis mais elevados de dióxido de carbono, uma vez que, no final da Primavera e durante o Verão, as plantas diminuem, em termos líquidos, a presença deste gás da atmosfera.

A quantidade de dióxido de carbono na atmosfera cresceu cerca de 26% em 50 anos. A queima de carvão, gás e petróleo emite dióxido de carbono, que é um dos principais gases com efeito de estufa e que está a contribuir para as alterações climáticas do planeta.

O chefe do serviço de monitorização destes gases na NOAA, Pieter Tans, disse que a taxa de crescimento no último ano foi um pouco menor do que nos anos mais recentes, mas muito acima da dos anos de 1990. “As emissões que estamos a provocar hoje vão continuar no sistema atmosfera-oceano durante milhares de anos, a partir de agora”, afirmou Pieter Tans.

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