Rui Nunes diz que há no PSD quem anda a mexer nas feridas antigas para “dilacerar” o líder

Candidato à distrital do PSD-Porto é acusado de ter apoiado Rui Moreira à Câmara do Porto. Médico diz que os ataques visam “atingir a cabeça de Rui Rio”

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Rui Rio está no centro do debate no PSD-Porto LUSA/Paulo Cunha

O candidato à distrital do PSD-Porto, Rui Nunes, não vai permitir que o tentem fragilizar por, em 2013, se ter desfiliado do partido para apoiar Rui Moreira à Câmara do Porto e declara que esse tipo de acusações tem um destinatário: Rui Rio, que foi quem esteve por detrás da estratégia de “forjar uma candidatura” contra a escolha de Luís Filipe Menezes.

“Não é a mim que me querem atingir, mas a cabeça do líder do PSD e é nesse prisma que será abordada a questão”, reage o candidato, sublinhando: “Se este debate continuar não vou ficar sozinho porque o país inteiro sabia que o Porto, naquela altura, tinha um problema para resolver com a escolha do dr. Luís Filipe Menezes para candidato à câmara”.

Em declarações ao PÚBLICO, Rui Nunes, acrescenta: “Para além do dr. Rui Rio, estiveram com Rui Moreira, Paulo Rangel, Valente de Oliveira [que foi mandatário da candidatura], Miguel Veiga, entre muitos outros, e eu, como a maioria dos sociais-democratas da cidade fiéis ao dr. Rui Rio, alinhamos na sua orientação.”

Rui Nunes, o primeiro a assumir a candidatura à distrital, não tem dúvidas que esta questão foi levantada por causa da sua candidatura, mas avisa que não vai desistir. Acusando os seus “opositores de querem dilacerar o PSD nacional ao recuperar velhas feridas que deveriam estar completamente saradas”, o também presidente Associação Portuguesa de Bioética (APB) explica que “foi forjada uma candidatura com o apoio implícito do dr. Rui Rio à candidatura de Rui Moreira à Câmara do Porto" e foi essa razão por que se desfiliou do PSD na altura. “Acredito em princípios, e quando eu tenho divergência de opinião não estou flagrantemente a violar os estatutos”, afirma, revelando que o seu afastamento do partido não foi superior a seis meses.

O PÚBLICO questionou os outros dois candidatos sobre estas acusações, mas tanto Alberto Santos como Miguel Santos negaram qualquer envolvimento no caso.

A futura direcção distrital, que sair das eleições de 30 de Junho, vai ter muito trabalho tendo pela frente três combates eleitorais no próximo ano. Dada a importâncias destas eleições, Alberto Santos e a ala riista têm reunido, mas as negociações encravaram nos nomes. Os lugares não chegam para todos e as eleições legislativas são para o ano e há quem não queira ficar de fora da lista de deputados.

Ao que o PÚBLICO apurou, o vereador da Câmara da Maia, Paulo Ramalho, foi convidado para a primeira vice-presidência, um lugar que já estava reservado ao deputado Simão Ribeiro, que terá sido, entretanto, convidado para secretário-geral da distrital.

O nome de Cancela Moura, que preside à concelhia do PSD-Gaia terá sido falado para ocupar outra vice-presidência, mas em declarações ao PÚBLICO, Alberto Santos disse não falar de nomes e que a lista só ficaria fechada na altura de ser entregue no partido.

“Sobre nomes não falo. Estou a construir o projecto de uma forma participada, debatida, falando com várias protagonistas do distrito, ouvindo militantes, ouvindo a sociedade civil", afirma. "A ideia é construir um projecto que seja respeitador do património político do PSD e, ao mesmo tempo, regenerador em relação às novas políticas e aos seus rostos e que seja abrangente e inclusivo e com forte pendente na ligação sociedade civil”, declarou Alberto Santos, que foi coordenador nacional autárquico (com o Carlos Carreiras, o então Secretário-Geral José Matos Rosa e o presidente dos ASD, Álvaro Amaro).

O terceiro candidato é Miguel Santos que já está no terreno. Esta semana, escreveu uma carta aos militantes onde apresenta as razões da sua candidatura que preconiza uma mudança na forma de fazer política no distrito. Vice-presidente da actual direcção da distrital. A aposta de Miguel Santos passa pela realização de um congresso distrital, por jornadas anuais e por ciclo mensal de conferências. Quer também aproveitar o Conselho Estratégico Distrital do PSD para convidar pessoas fora do partido.

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