Merkel inaugura centro da Bosch em Braga e destaca importância da inovação

Numa empresa cuja facturação equivale a 1% do PIB português, a chanceler alemã e o primeiro-ministro português abriram o novo centro de tecnologia e desenvolvimento, por onde passarão projectos para a mobilidade autónoma, “sem emissões, sem stress e em segurança”.

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Visita de Merkel a Portugal começou com uma passagem por Braga
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O convite foi feito por António Costa, quando começou a programar a visita da chanceler alemã Angela Merkel a Portugal. Há muito tempo que a Alemanha é o principal investidor produtivo em Portugal, e o governo português teria muitas hipóteses de empresas alemãs com instalações em Portugal para incluir na visita. Se a Bosch foi a escolhida, não foi só porque está em Portugal há mais de 100 anos, ou porque emprega mais de 4000 pessoas. Se a Boschi foi a escolhida, é porque ela “é um dos melhores exemplos da mudança do tipo de investimento que está a ser feito em Portugal”. “Há uns anos tínhamos aqui a Blaupunkt a produzir rádios. Hoje temos a Bosch a produzir conhecimento”, exemplificou o primeiro-ministro.

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No novo centro de tecnologia da empresa vão estar a trabalhar 200 engenheiros, a desenvolver a condução autónoma. “A mobilidade sem emissões, sem stress e em segurança” vai ser “invented in Braga”, e dentro de muito pouco tempo, afirmou Carlos Ribas, representante da Bosch em Portugal. O peso e a importância da empresa em Portugal foram mensurados por um administrador da multinacional, que contratou 500 pessoas no último ano.

“A facturação da Bosch representa 1% do PIB português”, contabilizou Dirk Hoheisel. No novo centro de Braga vão estar a trabalhar 200 engenheiros, metade deles transferidos do complexo principal, que dista menos de cinco quilómetros das novas instalações, e os restantes 100 a contratar até ao final do ano.

Nos elogios que António Costa quis deixar à empresa alemã, por ela ter sido das primeiras a participarem no programa Indústria 4.0  - “O programa mais importante do nosso programa Nacional de Reformas”, sublinhou Costa – pode destacar-se aquele em que o líder do executivo português afirmou que a Bosch “é um excelente exemplo do que é o espírito europeu”. “Não é só juntar países a volta da mesa do conselho para tomar decisões. É a capacidade de fazermos em conjunto, fazer melhor, e uma Europa que possa defender o seu modelo social, o seu standard de vida e o seu standard ambiental”, afirmou António Costa.

A chanceler alemã, que fez o mais curto dos quatro discursos proferidos durante a cerimónia, quis sublinhar a “enorme alegria” por estar a participar num “bom dia para Bosch, num bom dia para Braga e um bom dia para a cooperação luso-alemã”.

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“Apesar da distância geográfica que há entre os dois países, sabemos trabalhar em rede de forma articulada, no futuro”, afirmou a chanceler.

“Sabemos que a prosperidade depende da nossa capacidade de sermos inovadores. E isto é válido tanto para Portugal, como para a Alemanha. Sabemos que o resto do mundo não está de braços cruzados”, alertou. E depois de constatar que o desemprego ainda é uma realidade na Europa, é a “luta em torno de mão-de-obra qualificada” que se torna um enorme desafio.

E no exemplo da Bosch, e da profícua parceria que tem desenvolvido com a Universidade do Minho, há bons resultados para apresentar. “Os ecossistemas são muito importantes para a investigação aplicada”, sublinhou a chanceler. Angela Merkel pediu ao presidente da Câmara de Braga, Ricardo Rio (PSD), e ao reitor da Universidade do Minho, Rui Vieira de Castro, para respeitarem o entusiamos destes alunos.

Num centro de inovação que vai ajudar a desenhar a mobilidade do futuro, a cerimónia encerrou com um momento mecânico, pouco inovador e nada digital: o descerramento da placa a assinalar a inauguração das instalações. Depois, Angela Merkel e António Costa seguiram para o Porto, onde iriam visitar o centro de inovação I3S, lado a lado, a bordo de um dos modelos produzidos na fábrica de Palmela da Volkswagen, o T-Roc.

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