Atirador de Liège matou outra pessoa na véspera do ataque

O corpo da primeira vítima foi encontrado já sem vida na terça-feira, numa casa da localidade de Marche-en-Fammene. De acordo com o Ministério Público beçga, os dois homens conheceram-se na cadeia.

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O rei Philippe deslocou-se ao local do ataque, em Liège MICHEL TONNEAU/EPA
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Homenagem às vítimas, junto ao café onde foram mortas as polícias e um jovem que passava de carro Yves Herman/REUTERS
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Memorial de homenagem às vítimas STEPHANIE LECOCQ/EPA
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Mãe de uma das polícias assassinadas Yves Herman/REUTERS

Benjamin Herman, atirador que matou três pessoas e feriu quatro, na terça-feira, em Liège, matou outra pessoa na véspera do ataque. A informação foi confirmada pelo ministro do Interior belga, Jan Jambon. Os motivos dos ataques ainda estão por apurar, mas a inspiração terrorista está no centro do inquérito policial. 

Escreve o jornal Le Soir, citando o ministro do Interior, que o corpo da primeira vítima de Herman foi encontrado já sem vida na terça-feira, numa casa da localidade de Marche-en-Fammene, a uma hora de viagem de Liège. Os dois homens ter-se-ão conhecido na cadeia, mas, segundo o Ministério Público, a relação entre os dois não é clara.

Benjamin Herman, preso várias vezes por crimes como roubo e tráfico de droga, saiu da prisão de Lantin na segunda-feira, numa saída precária e, segundo alguns media belgas, poderá ter participado no assalto a uma ourivesaria em Rochefort, a localidade onde nasceu. 

Numa conferência de imprensa esta quarta-feira, o Ministério Público belga traçou o perfil do atirador: Benjamin Herman tinha problemas com a justiça desde a sua juventude e foi condenado por furto com recurso a violência, consumo e tráfico de estupefacientes e revolta contra as forças da ordem. E, avança a televisão estatal belga RTBF, ter-se-á radicalizado na prisão. Gritou "Allahu Akbar" ao disparar.

O ministro do Interior disse, numa entrevista à rádio RTL, que foram encontrados sinais de radicalização: “Há sinais de que se terá radicalizado na prisão, mas será que foi o radicalismo que o levou a cometer estes actos?”, questionou-se Jambon.

“Pode ter sido porque não tinha nada que esperar, porque tinha matado outra pessoa na noite anterior, pode ter sido pela psicologia ou o facto… de poder estar sob a influência de drogas”, completou o ministro. O Daesh não reivindicou o ataque.

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Polícias juntaram-se para fazer um minuto de silêncio pelos mortos em Liège Yves Herman/REUTERS

O caso está nas mãos do Ministério Público belga que, durante a conferência desta quarta-feira, admitiu que os “primeiros elementos da investigação revelam que se pode tratar de um ataque terrorista”, escreve o Le Soir, citando um porta-voz do Ministério. 

Benjamin Herman, era belga, natural da cidade de Rochefort, e nasceu em 1982. As autoridades afirmam que o crime foi perpetrado pelas 10h30 (hora local, 9h30 em Lisboa) de terça-feira, altura em que se ouviram os primeiros tiros. O atirador disparou sobre duas agentes da autoridade, com a arma de uma delas. As duas agentes terão abordado o atacante, para um controlo de rotina. O homem terá usado uma arma branca para atacar uma das polícias, que desarmou. De seguida, disparou sobre as duas. 

O atacante pôs-se em fuga, mas antes de ser interceptado e neutralizado pela polícia, entrou no liceu Léonie de Waha e fez uma refém. A mulher seria funcionária da escola e saiu ilesa.

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