Apontar e salvar a cultura da flecha e da besta

Ainda é normal ver algumas pessoas abertamente com esta arma em público.

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Nas profundezas das montanhas ao longo da fronteira entre a China e a Birmânia, o aldeão Zhang Lisu (26 anos) afia as flechas da sua besta, preparando-se para uma caçada. Para Zhang e muitos outros Lisu, uma minoria predominantemente cristã que habita a região de fronteira, a besta é uma parte indispensável de uma cultura que remonta a 200 aC. Num país que muitas vezes proíbe a venda de facas de cozinha durante alguns momentos da política nacional, ainda é normal ver esta etnia carregar abertamente a arma em público. Apesar de uma velha proibição de caça, a aplicação da lei permanece negligente e Zhang e os seus amigos ainda caçam aves e roedores por desporto — antes da proibição, a caça era grossa e incluía ursos e javalis. À medida que os jovens se mudam para áreas urbanas para trabalhar, os mais velhos temem que a besta esteja em vias de extinção. Por isso há quem promova o tiro como desporto, procurando atrair novos praticantes. "A cultura da besta do nosso povo deve entrar nos Jogos Nacionais da China, nos Jogos Asiáticos e nos Jogos Olímpicos!", sublinha Cha Hairong, presidente da Associação de Bestas da cidade de Liuku, comprometido com a preservação dessa cultura.