Pode haver um quarto candidato à distrital do PSD-Porto

Líder da concelhia ficou zangado com as declarações de Alberto Santos e de António Tavares e acena com a possibilidade de alguém da entourage de Rio avançar.

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Alberto Machado é próximo de Rui Rio Nelson Garrido

O presidente da concelhia do PSD-Porto, Alberto Machado, não afasta o aparecimento de uma quarta candidatura à liderança da comissão política distrital do partido, protagonizada por alguém da área de apoiantes de Rui Rio.

Alberto Machado manifestou nesta quarta-feira, em declarações ao PÚBLICO, o seu repúdio pelas declarações proferidas esta semana por Alberto Santos, que segunda-feira assumiu a sua candidatura, e por António Tavares, que chegou a ponderar avançar, no rescaldo das eleições autárquicas de Outubro do ano passado.

O dirigente concelhio acusou os dois sociais-democratas de se “imiscuírem” em áreas que não são da sua competência ao falarem de eleições autárquicas, afirmando que “há espaço” para o eventual aparecimento de uma quarta candidatura à distrital. “Vou falar com os candidatos e podemos decidir não apoiar nenhum deles e apoiar um outro que possa surguir”, revelou o dirigente concelhio ao PÚBLICO.

Em declarações ao Jornal de Notícias, esta terça-feira, Alberto Santos disse estar empenhado em inverter a “espiral negativa” do PSD nas eleições locais de 2021, frisando que o seu objectivo como candidato é retirar Rui Moreira da Câmara do Porto.

Um dia depois, António Tavares, provedor da Santa Casa da Misericórdia do Porto (SCMP), foi mais longe, e ao mesmo diário, demarcou-se do ex-autarca de Penafiel no que diz respeito à estratégica autárquica, declarando: “Não concordo nada que é preciso tirar Rui Moreira da Câmara do Porto. O PSD tem de dialogar com Rui Moreira”. Mas não se ficou por aqui. “Temos de ir buscar os melhores”, defendeu, frisando mesmo que gostaria que o presidente da Câmara do Porto fosse o “candidato do PSD” nas próximas eleições.

Estas declarações causaram  burburinho no partido. Ao PÚBLICO, fonte do PSD entendeu-as como uma resposta de António Tavares ao silêncio da direcção nacional do partido à sua vontade de ser candidato.

Para o líder da concelhia, que é também presidente da Junta de Freguesia de Paranhos, as declarações do provedor têm um contexto: “É uma demarcação política que um quer fazer do outro”.

“Alberto Santos e António Tavares colocaram o enfoque na Câmara do Porto, o que é um erro político, para além de que passaram por cima da comissão política concelhia”, acusou, frisando que os candidatos às câmaras municipais e às juntas de freguesia são aprovados pelas distritais, sob propostas das concelhias” e que, no seu caso, não vai ceder essa competência a nenhum outro órgão.

Afirmando-se zangado com este tipo de episódios, Alberto Machado, que está em total sintonia com Rui Rio, deixa um conselho com uma ponta de ironia ao ex-presidente da Câmara de Penafiel: “Se quiser ter um papel activo na definição da estratégia da concelhia do PSD na questão autárquica deve transferir a sua militância para o Porto”. E em jeito de provocação, deixa um desafio aos dois: “Ambos podem candidatar-se contra mim em 2019, tenho todo o gosto”.

Para além de Alberto Santos, são também candidatos à distrital Miguel Santos, deputado e líder da concelhia do PSD de Valongo, e Rui Nunes, professor catedrático da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto.

Esta segunda-feira, Bragança Fernandes pediu ao presidente da Mesa da Assembleia Distrital para convocar eleições, uma vez que o mandato termina 23 de Julho. Bragança Fernandes não se recandidata.

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