Mais de 208 mulheres com cancro receberam diagnóstico errados

Os diagnósticos de cancro do colo do útero foram revistos por dois laboratórios de Dublin e um dos Estados Unidos, e conclui-se 175 mulheres deviam ter sido tratadas de forma diferente.

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Das 208 prejudicadas, 17 já morreram Reuters/Stefan Wermuth

O serviço nacional de saúde irlandês (HSE) confirmou esta terça-feira 208 casos de mulheres prejudicadas por irregularidades num programa de detecção de cancro do colo do útero, 17 das quais já morreram.

De acordo com o HSE (sigla em inglês), das 208 mulheres, 175 com cancro deveriam ter recebido um tratamento diferente. Quem o diz são os responsáveis pelo programa público CervicalCheck, após terem sido revistos os resultados dos testes efectuados por dois laboratórios de Dublin e um dos Estados Unidos.

O primeiro-ministro irlandês, Leo Varadkar, já ordenou a abertura de uma investigação para esclarecer a origem daquilo que apelidou de "terrível falta de comunicação" e para estabelecer se outro tipo de exames laboratoriais "ajudaram a reduzir o número de falsos negativos".

O escândalo foi conhecido depois de, na semana passada, o laboratório norte-americano ter aceitado compensar com 2,5 milhões de dólares (2,1 milhões de euros) uma mulher irlandesa, a quem não foi diagnosticado um cancro, agora em estado terminal. Um exame realizado em 2014 confirmou que a mulher sofria de cancro do colo do útero e em Janeiro ficou a saber que tem entre seis meses a um ano de vida. 

O HSE divulgou também que o CevicalCheck não comunicou a 162 mulheres, das 208, que tinha havido uma revisão do programa. O presidente da Equipa de Gestão de Incidentes Graves do HSE reconheceu que "todas as doentes tinham o direito de saber" e que todas elas seriam, ainda durante esta terça-feira, contactadas pelos seus hospitais.

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