Real quer aplicar tratamento de choque a um Bayern ansioso por exibir ADN goleador

Zinedine Zidane pretende provar que os espanhóis merecem a terceira final consecutiva da Champions frente a um Jupp Heynckes que reclama a eficácia habitual do hexacampeão germânico na Bundesliga.

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Cristiano Ronaldo pronto para garantir a terceira final consecutiva da Liga dos Campeões REUTERS/Juan Medina

Sem Neuer, Boateng, Vidal, Robben e Coman – baixas de peso – o Bayern Munique chegou a Madrid confiante e determinado, embora reconhecendo a tarefa ingrata que aguarda os hexacampeões alemães no terreno do Real, depois da derrota (1-2) da primeira mão das meias-finais da Liga dos Campeões, em pleno Allianz Arena.

Nada que os bávaros não tenham já experienciado. Aliás, repete-se o cenário de há sensivelmente um ano, nos quartos-de-final da competição milionária e que os espanhóis viriam a arrebatar na final de Cardiff, ante a Juventus.

Então, o Real Madrid também venceu (1-2) em Munique, “gentileza” que o Bayern devolveria na visita ao Santiago Bernabéu, forçando um prolongamento que Cristiano Ronaldo acabaria por resolver de forma magistral, completando o hat-trick que somou ao bis obtido em solo germânico.

E por muito que Karl-Heinz Rummenigge enfatize a ideia de injustiça do resultado da semana passada, prometendo uma reacção com base no “trabalho, paixão, coragem e muita luta”, a verdade é que a bola está do lado dos detentores do troféu.

Informado e avisado das intenções do presidente do Bayern, Zidane propõe uma solução rápida. Um tratamento de choque, com uma entrada decidida, para quebrar essa espécie de “tradição” altamente incómoda.

Até porque depois do sucedido na eliminatória anterior, frente à Juventus – ao assistir atónito ao esfumar da confortável vantagem de três golos do 3-0 de Turim –, o Real Madrid está agora em alerta máximo, com todos os sentidos bem apurados, para evitar sofrimentos e constrangimentos dispensáveis às portas de nova final histórica.

“Sabemos da importância da nossa missão. Neste jogo precisamos provar que queremos e somos merecedores da final”, reforçou o treinador francês, que tem em vista a terceira presença consecutiva na final da Champions, depois de ter sido o primeiro a erguer o troféu em dois anos seguidos ao serviço do mesmo clube.

“Temos que entrar em campo dispostos a fazer tudo para conseguir o apuramento. Precisamos de marcar rapidamente um golo e é isso que vamos fazer”, desafia Zidane, que também enfrenta algumas questões técnico-tácticas, como a lesão de Carvajal e a dúvida de Isco, para mencionar os casos mais mediáticos.

Mas em Madrid, naquela que será a sétima meia-final entre os dois titãs mundiais, não há reservas. É ganhar ou ganhar. Jupp Heynckes nem precisa de cicerone, pois conhece bem o terreno onde ajudou a colher a sétima Liga dos Campeões "merengue", em 1997-98. Por isso joga ao ataque, exibindo os genes do campeão alemão, cujo “ADN é marcar golos”, vinca o alemão, invocando a artilharia pesada que já rendeu 88 golos na Bundesliga.

“Temos que ter paz interior, saber o que precisamos de fazer, sem loucuras.  Normalmente somos eficazes”, destaca o treinador do Bayern Munique, indiferente ao historial recente entre as duas equipas, com seis derrotas consecutivas para os alemães.

“Não é relevante. Não era eu o treinador. Eles sabem que este é o jogo do ano e que precisam de uma grande exibição para nos eliminarem”, reage, numa atitude confirmada pelo colombiano James Rodríguez, um dos melhores em campo na primeira mão, também ele com “linhagem real”.

“Não precisamos de mudar muito. Basta jogar bem, com intensidade e paixão… e marcar golos, que foi o nosso maior pecado em Munique”, recordou o internacional “cafeteiro”.

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