Regime sírio diz que mísseis atingiram bases militares

Observatório Sírio de Direitos Humanos avança que dezenas de militares iranianos morreram, mas Teerão desmente. É ainda desconhecida a autoria do ataque.

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LUSA/YOUSSEF BADAWI/Arquivo

A televisão estatal síria noticiou nesta segunda-feira que várias bases militares do regime de Bashar al-Assad foram atingidas por ataques com mísseis na região de Hama e Alepo, no Norte do país. Sem avançar com pormenores sobre a autoria do ataque, o canal cita fonte militar que diz que a Síria sofreu mais uma “agressão” por parte dos seus inimigos.

O Observatório Sírio de Direitos Humanos, sediado em Londres mas que conta com pessoal no terreno, deu conta de que pelo menos 26 combatentes pró-Damasco morreram, na sua maioria iranianos. No entanto, de acordo com o que noticiou a agência iraniana Tasnim, Teerão desmentiu que qualquer iraniano tenha morrido.

“A Síria foi exposta a uma nova agressão, com algumas bases militares em Hama e Alepo atingidas por mísseis inimigos”, afirmou uma fonte militar síria citada pela televisão estatal, especificando que o ataque terá ocorrido na noite de domingo. Foram ainda transmitidas imagens, aparentemente captadas por vídeo amador, de fortes explosões.

Rami Abdel Rahman, líder do observatório sediado no Reino Unido, disse ainda que, “tendo em conta a natureza do alvo”, tudo indica que os mísseis tenham sido lançados por Israel.

Israel ainda não comentou esta situação, mas segundo a comunicação social israelita, o Governo de Benjamin Netanyahu convocou uma reunião de emergência do seu gabinete de segurança para discutir o ataque.

Israel tem expressado múltiplas vezes a sua preocupação com o estabelecimento do Irão na Síria e afirmado a sua determinação em impedi-lo. Nos últimos meses, Israel intensificou a sua intervenção na guerra síria, tendo como objectivo principal estancar o avanço iraniano na região, e também combatendo o Hezbollah, que considera ser a maior ameaça às suas fronteiras.

As forças israelitas atacaram anteriormente postos militares de milícias apoiadas pelo Irão na Síria, nomeadamente do grupo libanês Hezbollah.

Nenhuma das potências ocidentais que compõem a coligação internacional envolvida no conflito, como Estados Unidos, França ou Reino Unido, reagiu às notícias, ou reivindicou o ataque.

A Reuters cita uma fonte ligada à oposição ao regime de Assad que diz que uma das localizações atingidas na noite de domingo foi uma base militar conhecida como Brigada 47, localizada junto à cidade de Hama, e que é conhecida como um centro de recrutamento do Hezbollah, que é apoiado por Teerão e que combate ao lado das forças pró-Assad na Síria.

Jornais israelitas avançam que um dos alvos terá sido um depósito de armamento.

Este episódio surge depois de se ter assistido a uma escalada no conflito sírio na sequência de relatos de mais um ataque químico perpetrado por Damasco, no início de Abril, na cidade de Douma, no enclave de Ghouta Oriental. Em resposta, os aliados ocidentais - Estados Unidos, Reino Unido e França – atingiram três locais ligados ao programa de armas químicas do regime sírio.

 

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