Aumento das competências digitais vai ser a grande aposta até 2030

Ministro da Educação apontou duas metas: ter 80% da população com competências digitais e 8% de especialistas na área das tecnologias de informação e comunicação.

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O ministro da Educação admitiu que, apesar de Portugal ter “melhorado em todos os indicadores da educação nas últimas três décadas”, continua ainda a existir um “défice estrutural” Daniel Rocha

O ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, defendeu nesta terça-feira, no Parlamento, que o aumento das competências digitais da população portuguesa, apresentada como uma das prioridades da Estratégia Portugal 2030, passa por “formar mais professores especializados nesta área”.

A meta é que Portugal consiga que, no final dos próximos 12 anos, “8% da população esteja especializada em tecnologias da informação e comunicação”, indicou o ministro durante uma audição na comissão parlamentar  Eventual de Acompanhamento do Processo de Definição da Estratégia Portugal 2030. Tiago Brandão Rodrigues adiantou também que o outro objectivo a alcançar nesta área é o de garantir que, até 2030, 80% da população portuguesa tenha competências digitais, uma condição que apontou como “essencial para se promover a inclusão e o sucesso educativo”. O ministro lembrou que, actualmente, “45% da força de trabalho portuguesa tem poucas ou nenhumas competências digitais”.

Frisou também que a forma de alcançar as novas metas nesta área está já a ser analisada e aplicada no âmbito da chamada Iniciativa Nacional para as Competências Digitais 2030 (InCode 2030), lançada em Abril de 2017, e que no Programa Nacional de Reformas recentemente divulgado pelo Governo é apresentada assim: “Tem por objectivo posicionar Portugal no grupo de países europeus mais avançados em matéria de competências digitais."

Neste mesmo documento assinala-se que no presente ano lectivo (2017/2018) já se conseguiu garantir um “crescimento de 53%” face a 2016/2017 no que respeita ao número de alunos inscritos “nas áreas qualificadas em competências digitais de nível intermédio e superior”, que são actualmente 12.589.

O ministro da Educação admitiu que, apesar de Portugal ter “melhorado em todos os indicadores da educação nas últimas três décadas”, continua ainda a existir um “défice estrutural” no nível de qualificações da sociedade portuguesa, de que é exemplo o facto de 52% das pessoas entre os 25 e os 64 anos não terem completado o ensino secundário.

Para recuperar desta situação, uma das apostas volta a ser a qualificação dos adultos, um programa que, acusou, foi “desmantelado” pelo anterior Governo. “Foi muito penoso para mim constatar que muita gente omitiu dos seus currículos as formações obtidas no âmbito das Novas Oportunidades, por esta iniciativa ter sido desconsiderada pelo poder central”, afirmou.

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