Em Cascais e Estoril, quer-se uma freguesia sem plástico

Junta quer dar o exemplo e sensibilizar a população para uma mudança de atitude face à excessiva utilização de embalagens plásticas.

Foto
adriano miranda

Sem palhinhas, sem sacos, sem garrafas. A freguesia de Cascais e Estoril, que é a maior do país, quer acabar com a utilização de plásticos nos seus serviços. A junta assinou na quarta-feira uma parceria com o Movimento Claro Cascais, que nasceu pela mão de três amigas cascalenses que não querem que o progresso da vila se faça à conta do prejuízo da Natureza e, em especial, do oceano. 

“É do conhecimento público que, em geral, um terço do lixo doméstico é composto por resíduos plásticos”, apontou o presidente da Junta de Freguesia de Cascais e Estoril. Para Pedro Morais Soares “é essencial que se produza uma mudança de atitude de todos nós relativamente à protecção do ambiente e a administração pública, nomeadamente a local, tem um papel importante nessa sensibilização”. 

As três jovens, uma licenciada em Direito e as outras duas biólogas, criaram o movimento inspiradas por uma campanha, realizada em Cornwall, na Inglaterra, que sensibiliza as populações para os danos que os plásticos descartáveis, em particular as palhinhas, podem causar nos oceanos.

No final do mês passado, um artigo científico publicado na revista Scientific Reports, revelou que a Grande Mancha de Lixo do Pacífico, um “ilha” de plástico flutuante, tem já 1,6 milhões de quilómetros quadrados, o que equivale a mais de 17 vezes o tamanho de Portugal continental e dos arquipélagos dos Açores e da Madeira.

A Grande Mancha de Lixo do Pacífico não é uma ilha de lixo, mas uma área onde a concentração de plástico flutuante é significativamente mais elevada do que noutras partes do oceano. Foi descoberta em 1997, quando o oceanógrafo californiano Charles J. Moore regressava de uma regata Los Angeles - Havai. 

A equipa internacional de cientistas, que mediu (a uma escala nunca antes feita) aquela área conhecida como a Ilha de Lixo do Pacífico, mostrou que há cerca de 80 mil toneladas de plástico a flutuar nesse espaço, um valor cerca de 16 vezes mais elevado do que se pensava. Por comparação, é como se cada pessoa para ali tivesse atirado 250 pedaços de plástico. 

Sugerir correcção
Ler 2 comentários