Consumo de energia eléctrica sobe 9,7% em Março

Mais chuva e mais vento fazem abrandar produção com recurso a gás natural.

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Fabio Augusto

O consumo de energia eléctrica aumentou 9,7% em Março, em comparação com o mesmo período do ano passado. A variação deveu-se, segundo os dados divulgados pela REN nesta segunda-feira, ao “acentuado desvio das temperaturas face aos valores normais para este mês”.

Excluindo efeitos como as temperaturas e o número de dias úteis, a variação acumulada do consumo de electricidade no primeiro trimestre está agora nos 3,1%.

A REN destaca a inversão das condições hidrológicas e nota que após “17 meses consecutivos com afluências inferiores aos valores médios”, a alteração de condições, ou seja, o aumento da chuva, proporcionou um índice de hidraulicidade de 2,22, “que passou a ser o valor mais elevado de sempre dos registos da REN (desde 1971) para o mês de Março”.

A produção de electricidade a partir do vento também registou “condições pouco habituais” em Março. Segundo a REN, o índice de produtibilidade situou-se em 1,54 pontos, “que é o segundo valor mais elevado de sempre para este mês”, de acordo com registos desde 2001.

“Estas condições levaram a produção renovável a atingir um valor equivalente a cerca de 99% do consumo nacional, ou 83% do consumo + saldo exportador, que é o valor mais elevado desde Fevereiro de 2014”, destacou a empresa que gere o sistema eléctrico nacional.

A produção renovável ultrapassou o consumo em quase 60% do tempo e o saldo de trocas com o estrangeiro revelou-se “fortemente exportador equivalendo a cerca de 19% do consumo”. 

A electricidade produzida a partir de fontes renováveis abasteceu 61% das necessidades eléctricas do país - 31% através das eólicas, 24% a partir das hidroeléctricas, 5% através da biomassa e 1,1% através das fotovoltaicas. A produção não renovável abasteceu os restantes 39% do consumo (22% através do gás natural e 17% com recurso a carvão).

A modificação das condições meteorológicas, também fez com que se invertesse em Março a tendência de crescimento no mercado de gás natural, “registando-se uma contracção homóloga de 19%, apesar do forte crescimento de 5,9% no segmento convencional”, ou seja, a utilização de gás natural que não é para produção eléctrica.

No final do trimestre, o consumo de gás natural apresenta uma variação de menos 6,2% face ao verificado no mesmo período de 2017, “resultado de um crescimento de 1,2% no segmento convencional e de uma redução de 21% no mercado eléctrico”, refere a REN.

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