Duas mulheres disputam eleições para o CDS-Porto

Candidatas integraram lista de Rui Moreira à Câmara do Porto nas eleições autárquicas de Outubro.

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Nelson Garrido

A professora universitária Isabel Menéres e a vereadora da Câmara do Porto Catarina Araújo são as duas mulheres que nesta quinta-feira vão passar pelo crivo dos militantes e uma delas será eleita presidente da concelhia do CDS. As duas candidatas à liderança integraram a lista de Rui Moreira à Câmara do Porto nas eleições de Outubro e foram eleitas autarcas: uma para o executivo municipal e outra para o executivo da união de freguesias do centro histórico.

Vogal da comissão política concelhia do CDS, Isabel Menéres, que se apresenta a eleições com o lema Ouvir o Porto, realça que a sua “candidatura é do Porto e para o Porto” e que “pretende afirmar um projecto novo que passa por uma maior dinamização do partido no concelho, no sentido de uma maior intervenção política, articulada com a Juventude Centrista”.

Salvaguardando que “não se trata de uma candidatura desalinhada com a direcção nacional”, a professora auxiliar da Universidade Católica afirma que decidiu encarar o desafio que lhe foi feito e acredita que “esta é a primeira vez em 20 anos que vai a votos uma candidatura que nada tem a ver com o sistema instalado no CDS do Porto”.

Reconhece que é um “combate difícil”, mas a receptividade que tem encontrado junto dos militantes “é muito animadora” e isso encoraja-a a levar por diante o seu projecto político. “Temos de fazer alguma coisa pelo país e pela cidade do Porto”, defende, sublinhando que se “trata de um projecto a várias mãos”.

O conselheiro nacional e antigo vereador da Cultura de Rui Rio Marcelo Mendes Pinto que integrou a lista ao conselho nacional, adversária à da direcção nacional, liderada por Filipe Lobo d’Ávila, está com Isabel Menéres no combate pela liderança do partido no Porto.

Alinhada com a “dinastia” que tem governado as estruturas do partido no Porto, Catarina Araújo conta com o apoio do actual presidente da distrital, Álvaro Castelo-Branco, que tem há muitos anos o controlo do partido, não apenas no distrito, mas também no concelho. César Navio, o ainda líder concelhio, também está ao lado da dirigente nacional democrata-cristã.

Vereadora com os pelouros da Juventude e Desporto e dos Recursos Humanos e Serviços Jurídicos na Câmara do Porto, eleita pelo movimento independente de Rui Moreira, a candidata concorre a todos os órgãos nas eleições para a liderança do CDS portuense. Para a vice-presidência, escolheu o cirurgião pediátrico João Moreira Pinto, que integra o grupo que vai fazer o programa de Governo do CDS para as legislativas de 2019 e que é coordenado por Adolfo Mesquita Nunes. Reeleita no recente congresso do partido para a comissão política nacional, Catarina Araújo revela que a sua candidatura tem o objectivo de “contribuir para um excelente resultado nas eleições europeias e legislativas do próximo ano” e também para o “crescimento do partido”. A candidata quer ser eleita para também cuidar das “preocupações das pessoas” do Porto.

Militante há 20 anos, a autarca quer que o CDS “seja um partido de banda larga, onde cabem todos e onde é possível encontrar respostas para os problemas dos portuenses”.

Optimista quanto baste, Catarina Araújo não tem dúvidas que o seu projecto é aquele que “está mais bem posicionado para ganhar: Temos ambição, queremos ganhar e fazer melhor”.

A deputada e vice-presidente do partido, Cecília Meireles, é a mandatária da candidatura de Catarina Araújo, que tem como lema Porto com Futuro e que apresenta para a presidência da mesa do plenário concelhio Pedro Moutinho, que presidiu à concelhia do CDS por mais do que um mandato. Pedro Moutinho é marido da ex-deputada Vera Rodrigues, que participa na lista dos delegados à assembleia distrital, que é encabeçada por Vasco Morais Soares, membro do senado, um órgão que foi reactivado no recente Congresso do CDS.

As eleições para a concelhia democrata-cristã do Porto decorrem nesta quinta-feira, entre as 15h30 e as 20h30.

 

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