Cynthia Nixon, a Miranda de Sexo e a Cidade, quer governar Nova Iorque

"Tive oportunidades que não vejo que existam hoje para a maioria dos miúdos de Nova Iorque. Os nossos líderes estão a desiludir-nos”, diz a actriz, no vídeo de campanha.

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Nixon no "Estado da União do Povo", em Janeiro Alba Vigaray/EPA
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Nixon com as restantes actrizes da série que lhe deu fama: Kristin Davis, Sarah Jessica Parker e Kim Cattrall Fabrizio Bensch/Reuters

Já havia rumores, mas esta segunda-feira tornou-se oficial: a actriz Cynthia Nixon, mais conhecida como Miranda Hobbs, uma das quatro protagonistas da série Sexo e a Cidade, vai desafiar o actual governador do Estado de Nova Iorque, Andrew Cuomo, na campanha pela nomeação democrata para as eleições de 6 de Novembro.

Nixon, que para além de actriz é uma activista liberal especialmente dedicada ao acesso à educação pública de qualidade e às questões da desigualdade em Nova Iorque, tem 51 anos.

O anúncio oficial foi feito na sua página de Twitter, com a publicação de um vídeo em que surge em casa, ao pequeno-almoço, com Christine Marinoni, com quem é casada desde 2012, e com os dois dos seus três filhos. Depois, passeia pelas ruas de Nova Iorque enquanto enumera as principais problemas que identifica na cidade e no Estado.

“Eu adoro Nova Iorque. Nunca quis viver em nenhum outro lugar, mas algo tem de mudar”, começa por dizer. “Sou uma orgulhosa licenciada do ensino público, e uma orgulhasa mãe de filhos da escola pública. Tive oportunidades que não vejo que existam hoje para a maioria dos miúdos de Nova Iorque. Os nossos líderes estão a desiludir-nos”, continua, no vídeo de campanha.

Andrew Cuomo garantiu não estar preocupado com a competição. “Não estou nervoso por causa de nenhuma candidatura”, disse, citado pelo jornal The New York Times. “Vai haver pessoas a concorrer. Chama-se eleições, e está tudo bem”.

Uma sondagem realizada antes do anúncio de Nixon (mas em que a sua possível candidatura já era considerada), Cuomo surge a liderar os democratas com 66% contra apenas 19% de Nixon. A mesma sondagem mostra Cuomo à frente dos dois republicanos que já anunciaram a intenção de concorrer: o senador do Estado, John DeFrancisco, e Marc Molinaro.

Christine Marinoni, defensora dos direitos LGBTQ, trabalhou para o presidente da câmara de Nova Iorque, Bill de Blasio, até ao mês passado, quando se demitiu. Tanto Marinoni como Nixon contribuíram financeiramente para a campanha de Blasio e a actriz já terá formado uma equipa para a ajudar nas primárias que incluiu várias pessoas que trabalharam com o mayor.

Espera-se que Nixon desafie Cuomo como um programa mais à esquerda. Em Janeiro, integrou o grupo de artistas e activistas que se juntaram para “o Estado da União do Povo”, um acontecimento alternativo ao primeiro discurso do Estado da União de Donald Trump. “A nossa democracia está sob ataque e nós, enquanto americanos, precisamos de cuidar dele e de lutar por ela”, afirmou então.

Num artigo de opinião para a CNN, em Janeiro, escreveu: “Se aprendemos alguma coisa no primeiro ano da presidência Trump é que a cavalaria não vem aí para nos salvar. Em 2018, cada um de nós tem de fazer o que puder para recuperar o nosso governo. Se queremos mudança, temos de ser nós próprios a bater-nos por ela”. Caso seja eleita, Nixon será a primeira mulher a governar Nova Iorque.

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