O PSG precisa de um milagre mas não pode pedi-lo a Neymar

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Cavani, ao centro, vai ter nova companhia no ataque LUSA/IAN LANGSDON

Tudo indica que, pelo segundo ano consecutivo, o percurso do Paris Saint-Germain na Liga dos Campeões vai ser interrompido precocemente às mãos de um adversário espanhol. Será preciso uma noite perfeita para que a equipa de Unai Emery consiga inverter a desvantagem na eliminatória frente ao Real Madrid (3-1), ainda mais porque os parisienses vão estar privados de Neymar, o futebolista por quem pagaram 222 milhões de euros, e que foi operado no Brasil a uma fractura no pé direito. O brasileiro só deverá voltar em Maio, mas o PSG precisa de um milagre esta noite (19h45, SP-TV2). Mesmo o mais optimista dos adeptos terá dificuldades em perspectivar uma reviravolta.

Na primeira mão chegou a parecer que os parisienses iam conquistar um empate prometedor na capital espanhola, mas dois golos nos últimos sete minutos do tempo regulamentar deixaram a eliminatória a pender claramente para o lado do Real Madrid. E fizeram regressar os fantasmas do ano passado, quando o PSG enfrentou, também nos oitavos-de-final da Champions, o Barcelona. Após golear (4-0) na primeira mão, o emblema parisiense foi eliminado de forma traumática, em Camp Nou (6-1), com dois golos sofridos no período de compensação.

“É o jogo do ano. Trata-se de um momento único para os nossos adeptos e para toda a gente que gosta de futebol. Vamos disputar o jogo com cabeça e com coração. Mas, se tivesse de escolher apenas um, diria que amanhã o coração será o mais importante”, sublinhou Unai Emery, desdramatizando a ausência de Neymar: “A nossa equipa, mesmo sem o Neymar, tem capacidade para bater o melhor Real Madrid. Amanhã [hoje] vamos entrar em campo com 12 jogadores porque vamos contar com o apoio dos nossos adeptos”, frisou o técnico.

Opções não faltam a Emery, que deverá escolher Di María para acompanhar Mbappé e Cavani no ataque. Mas outra eliminação europeia poderá custar o lugar ao treinador espanhol, a quem os 14 pontos de vantagem na Liga francesa não bastam. O projecto dos milionários do Qatar que detêm o Paris Saint-Germain é claro: conquistar o trono do futebol europeu, vencendo para tal a Liga dos Campeões.

Por seu lado, Zinedine Zidane também tem pouca margem de erro. Deixar fugir a vantagem na eliminatória significaria o final da temporada para o Real Madrid, que ocupa apenas o terceiro lugar na classificação da Liga espanhola, a 15 pontos do Barcelona, e já se despediu da Taça do Rei. “O desfecho vai ser duro para uma das equipas, mas o futebol é assim. O que eu quero é que façamos uma boa partida. Sabemos que iremos sofrer e que vai ser duro. Temos de estar preparados para o inesperado. Vamos concentrar-nos em fazer um grande jogo durante os 90 minutos, ou talvez mais”, admitiu o treinador do Real Madrid.

“A ausência de Neymar para nós não faz qualquer diferença. No lugar dele estará outro jogador que irá querer mostrar o que pode fazer. Pode mudar algo no jogo, mas não em termos da preparação que fizemos”, vincou Zidane.

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