Pentágono acusa Exército de maltratar "heróis militares caninos"

Exército norte-americano não segue as indicações acerca do tratamento que deve ser prestado aos animais quando regressam do serviço militar, denuncia relatório.

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Reuters/Bob Strong

Formaram uma brigada de cães treinados para detectar bombas que acompanhavam equipas de combate em missões potencialmente letais, encontrando bombas espalhadas nas estradas do Afeganistão, salvando vidas humanas. Porém, no regresso do serviço militar, estes cães foram mal tratados pelo Exército norte-americano, afirma o inspector-geral do Departamento de Defesa norte-americano, num relatório conhecido nesta sexta-feira.

A investigação arrancou depois de os soldados que trabalharam com os cães terem denunciado e criticado o destino dos salvadores de quatro patas.

Depois de regressarem aos Estados Unidos, alguns dos animais foram deixados em canis durante 11 meses, mal tratados, com falta de atenção e cuidados. Outros terão sido abatidos, revela o relatório. Não foi feita qualquer selecção de militares interessados em adoptar os cães.

O relatório acrescenta porém que houve soldados a procurar e resgatar dos canis do Exército os cães com os quais desempenharam missões militares.

Os representantes do Exército não responderam às múltiplas tentativas de contacto telefónico e e-mail. A Reuters não conseguiu também contactar os antigos soldados que preencheram as queixas contra o tratamento dado aos cães que terão conduzido à investigação.

Os cães serviram no Afeganistão entre 2010 e 2014. O relatório culpa o Exército norte-americano por ter ignorado as directrizes do Pentágono acerca do tratamento que deve ser dado a cães que cumpriam serviço militar.

O Exército norte-americano não usou o sistema que instrui o tratamento que deve ser dado a estes cães, como exigido, disse o inspector-geral.

O relatório afirma ainda que o Exército contratou indevidamente um negociador privado, o que viola uma regra que estipula que os cães devem ser obtidos através de um esquadrão especial da Força Aérea, responsável pela formação e distribuição de cães prontos a integrar os serviços militares.

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