Nos EUA, a Uber leva os doentes ao médico

Centros de saúde e hospitais podem chamar carros para quem tem dificuldade em deslocar-se às consultas.

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Não é preciso um smartphone para beneficiar do serviço LUSA/WILL OLIVER

Nos EUA, os médicos já podem chamar um Uber para garantir que os seus pacientes vão directos ao seu consultório. Esta quinta-feira, a empresa de partilha de viagens lançou um serviço que permite que hospitais, centros de saúde e médicos no país marquem viagens para os seus pacientes (mesmo que estes não usem a aplicação).

O serviço – chamado Uber Health – está a ser testado desde Julho em cerca de 100 hospitais e consultórios norte-americanos. O objectivo não é substituir veículos de emergência, mas oferecer uma solução para pacientes que têm dificuldade em deslocar-se ao médico, seja por não saberem conduzir, não poderem apanhar transportes públicos, ou não terem quem os leve.

"O transporte é a maior barreira para as populações vulneráveis", explica, em comunicado, Chris Webber, o director geral da Uber Health. "Este serviço oferece um transporte confortável e de confiança." De acordo com a empresa, cerca de 3,6 milhões de norte-americanos faltam a uma consulta ou adiam uma ida ao médico por falta de transporte adequado.

Agora, os médicos podem marcar viagens viagens até 30 dias de antecedência na Uber, e o paciente é notificado via aplicação (se for cliente Uber) ou SMS. O hospital também pode entregar ao doente um papel para a viagem. Ou seja, não é necessário ter um smartphone para benificiar do serviço. 

Para os condutores, porém, mantem-se tudo igual. Para respeitar leis relativas à privacidade dos pacientes nos EUA, os condutores não sabem quais dos seus clientes foram chamados através da aplicação Uber Health. E como são os médicos e instituições de saúde a marcar as viagens, estes devem certificar-se de que os pacientes estão em boa forma física para fazer a viagem num veículo que não se destina a emergências médicas.

Não é a primeira vez que a Uber se dedica ao sector da saúde. Desde 2014, já organizou redes de vacinação contra a gripe nos EUA, subsidiou viagens para rastreios de cancro da mama, distribuiu vacinas no Brasil e máscaras contra a poluição em Singapura.

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