Assembleia Municipal recomenda hospital veterinário para donos com baixo rendimentos

A proposta feita pelo PAN classifica como "imperioso criar um hospital veterinário municipal para animais errantes, abandonados ou detidos por pessoas em situação de especial vulnerabilidade socioeconómica".

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Fernando Veludo/FERNANDO VELUDO

A Assembleia Municipal de Lisboa aprovou nesta terça-feira uma recomendação do PAN para a criação de um hospital veterinário para donos que "aufiram baixos rendimentos".

A recomendação teve os votos contra de 31 deputados do PS, a abstenção de cinco deputados independentes (eleitos pelo PS) e os votos favoráveis dos restantes partidos e de dois deputados socialistas, num total de 38 a favor.

A votação gerou alguma confusão na sala, tendo sido a própria presidente Helena Roseta a fazer a soma dos votos.

Ao apresentar a sua recomendação, a deputada do PAN, Inês Sousa Real, afirmou que o hospital "pode ter efeito na medida em que vai apoiar famílias carenciadas e animais".

Inês Sousa Real disse que já falou com várias associações de defesa dos animais e com a Ordem dos Médicos Veterinários, que concordaram que há uma "necessidade premente na cidade" por um equipamento desta natureza.

Por seu lado, o deputado socialista Manuel Laje fez saber que o PS ia votar contra, apesar de considerar que um hospital público para animais "é muito meritório".

"Mas algumas questões se colocam: podemos alargar protocolos que o município tem com associações para a prestação de cuidados veterinários", afirmou.

O deputado colocou ainda algumas questões ao PAN, como "quanto vai custar este hospital" e "quem paga", afirmando que "o PS tem esta responsabilidade e, por isso, não pode votar" a favor.

Os socialistas consideram prematuro estar a avançar-se para um hospital desta natureza sem se aferir qual a realidade em termos de necessidades.

A ser criada, a estrutura proposta pelo PAN deverá também apoiar "as associações de protecção animal com sede na área do município, que não tenham por atribuições a prestação de cuidados médico-veterinários".

O PAN classifica como "imperioso criar um hospital veterinário municipal para animais errantes, abandonados ou detidos por pessoas em situação de especial vulnerabilidade socioeconómica", que não tenham capacidade para dar aos seus animais de companhia os "cuidados básicos de saúde ou de socorrê-los em situação de emergência".

O partido aponta que "não são raros os casos de animais perdidos ou abandonados na via pública que são recolhidos por residentes no município de Lisboa, antes de qualquer intervenção por parte da Casa dos Animais de Lisboa", e lembra que a incapacidade financeira dos detentores pode mesmo levar ao abandono dos animais.

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