Democratas da Califórnia não apoiam nova candidatura da senadora Dianne Feinstein

Coordena a comissão que no Congresso investiga as suspeitas sobre a interferência russa nas presidenciais. Tem 84 anos.

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Dianne Feinstein Reuters

Os democratas da Califórnia não querem a senadora Dianne Feinstein na corrida ao Senado nas eleições de Novembro para o Congresso. Na votação na convenção estadual anual neste domingo destinada a escolher o candidato a que o partido vai dar o seu apoio oficial nas primárias de Junho, os delegados deram 54% dos votos a Kevin de León e só 37% à veterana senadora.

Kevin de León, considerado um representante da ala liberal do partido, entrou na corrida em Outubro para contestar a posição da senadora em matérias como o acesso aos cuidados de saúde, impostos e imigração. 

Os candidatos precisam de 60% dos votos para conseguirem o apoio do partido nas primárias. Nenhum dos candidatos conseguiu, mas Léon apresentou-se como vencedor. Feinstein poderá tentar ser eleita para um quinto mandato sem o apoio do partido, o que jornais como The Washington Post dizem ser inédito em várias décadas.

“Os democratas da Califórnia anseiam por uma nova liderança que lute pelos valores da Califórnia na primeira linha e não posicionado de forma equívoca nas laterais do jogo", disse León neste domingo através de comunicado. "Todos merecemos um líder que lute todos os dias pela protecção dos nossos direitos humansos e civis, pelos nossos imigrantes e Dreamers, que seja um campeão dos cuidados de saúde universais e que defenda o direitos da classe média a salários melhores."

Na convenção estadual do Partido Democrata, ficou patente o conflito entre as forças mais moderadas e mais progressistas. No discurso que fez no sábado à noite aos delegados, León apresentou-se como um agente de mudança. Não mencionou o nome de Feinstein, mas falou dos poderosos de Washington que perderam o contacto com os activistas "em casa".

"Candidato-me porque acabou o tempo de os democratas morderem a língua e tentarem que as coisas se resolvam nos bastidores. A grandesa da Califórnia vem da audácia, não da veterania."

Feinstein coordena a investigação da comissão do Congresso às suspeitas sobre a interferência russa nas eleições presidenciais de 2016. Em 1990, também não conseguiu o apoio do partido quanto se candidatou ao cargo de governadora da Califórnia.

No seu discurso aos delegados, ultrapassou o tempo permitido e ouviu-se música por cima da sua voz. "Parece que o meu tempo acabou", disse então a senadora de 84 anos.

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