Negrão quer ter apoiantes de Rio como "vices" da bancada

No grupo parlamentar há quem não dê a eleição de Fernando Negrão como garantida. Lista de vice-presidentes é entregue nesta terça-feira.

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Fernando Negrão deve ser o único candidato a disputar a liderança parlamentar do PSD nesta quinta-feira

Com uma bancada de maioria “santanista” e depois de alguns apoiantes de Rui Rio terem saído desiludidos do congresso do PSD deste fim-de-semana, a eleição do líder parlamentar, na quinta-feira, será o primeiro teste eleitoral após a reunião magna dos sociais-democratas. Fernando Negrão entrega nesta terça-feira a lista de vice-presidentes com que se candidata, que são, na sua maioria, apoiantes de Rui Rio na campanha, ao que o PÚBLICO apurou.

Além de Adão Silva – que Fernando Negrão anunciou como o seu vice-presidente – transita para a nova direcção António Leitão Amaro, apoiante de Rio e ex-secretário de Estado da Administração Local. Outros apoiantes do novo líder do PSD, como Carlos Peixoto e Emídio Guerreiro (que chegou a ser falado para secretário-geral de Rio), deverão constar da equipa de Negrão. A nova direcção de bancada vai incluir Rubina Berardo (eleita pela Madeira e que esteve ao lado de Rio), deputada que faz parte da recém-criada comissão de acompanhamento dos fundos estruturais. Até ao final da tarde desta segunda-feira só uma apoiante de Pedro Santana Lopes – Nilza de Sena – era apontada para a nova equipa, além do próprio Fernando Negrão. Nilza de Sena foi vice-presidente da comissão política nacional de Passos Coelho.

Sem um mínimo regulamentar de votos para a eleição do líder parlamentar caberá ao próprio candidato fazer a leitura dos resultados. Na bancada há quem pense que não é fácil que Negrão atinja um mínimo confortável para aceitar ficar no lugar de Hugo Soares. O número de brancos e nulos – a forma que os deputados têm de mostrar descontentamento - pode ser demasiado elevado face aos votos expressos, mas é pouco provável que apareça outra lista.

O facto de o ainda líder parlamentar em funções não ter sido chamado ao palco do congresso quando foram chamados os representantes dos órgãos do PSD não ajudou ao clima de pacificação na bancada, segundo fontes contactadas pelo PÚBLICO. A isto soma-se o descontentamento de algumas distritais no congresso por não se sentirem representadas nos órgãos nacionais do PSD. Entre esses dirigentes há vários deputados.

O certo é que a equipa de vice-presidentes proposta por Fernando Negrão será mais curta – entre seis a sete deputados – face aos 12 actuais. Ao que o PÚBLICO apurou, o candidato à liderança da bancada esteve esta segunda-feira a fazer contactos para a sua nova equipa, mas ao final da tarde ainda não tinha falado com alguns dos actuais vice-presidentes que não deverão ficar.

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