Tecnológica portuguesa lidera contratação pública electrónica em Espanha

Vortal prevê crescer 20%, no ano em que as compras públicas nos estados-membros da União Europeia passam a ser feitas obrigatoriamente através de plataformas electrónicas.

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BLR bruno lisita

As compras públicas em Espanha vão passar a ser feitas obrigatoriamente pela via electrónica a partir do dia 9 de Março, o que é uma boa notícia para a Vortal, a tecnológica portuguesa que já é líder do mercado neste segmento no país vizinho. E tal vai acontecer precisamente numa altura em que, pela primeira vez, as receitas provenientes de compradores internacionais ultrapassaram as receitas em Portugal desta tecnológica, que foi fundada em 2000.

Por determinação de uma directiva europeia, todos os estados-membros da União Europeia deverão incorporar nas suas legislações nacionais esta obrigatoriedade de transferir as compras públicas para o digital até Novembro de 2018. Espanha, país onde a Vortal já opera há oito anos, será o próximo a fazê-lo, e devera contribuir de forma relevante para o crescimento de resultados que a Vortal prevê para este ano.

“Estamos muito bem posicionados para esta mudança, porque já entrámos no mercado há oito anos e andámos a perder dinheiro, isto é, a investir durante quase cinco anos. Foi um investimento importante, de quase dois milhões de euros. Mas que agora nos deixa na linha da frente”, disse ao PÚBLICO o presidente da empresa, Rui Dias Ferreira.

A Vortal tem já vários clientes de referência em Espanha, como a AENA- Aeropuertos de España , a EMT - Empresa Municipal de Transporte de Madrid, o Metro de Madrid, a Xunta de Galicia, a Generalitat Valenciana, a Universidade de Almeria, ou os Ayuntamiento de Gijon e de Terrassa, entre outros. Para preparar a mudança que se avizinha e esclarecer o mercado sobre a transição em curso, decorre em Madrid nestes dias 14 e 15 de Fevereiro, o III Congreso Nacional de Contratación Electrónica, que conta com a Vortal como principal patrocinador. Neste evento será ainda lançado, pela European Vortal Academy, o livro “Las consequências eletrónicas de la nueva ley de contratos del sector publico”.

A esta presença em Espanha juntam-se diversos contratos em novos países, concretamente em França com o Conselho da Europa, sediado em Estrasburgo, em Itália com uma empresa multinacional de alimentação, e nas Honduras, onde o governo nacional adjudicou à Vortal a plataforma nacional de compras.

A Vortal sucedeu ao eConstroi, a primeira plataforma electrónica de contratação que apareceu em Portugal e que trabalhava apenas no segmento das obras públicas. Rapidamente se expandiu a outros sectores e a outros países. Actualmente opera em 12 geografias da Europa e da América Latina e tem mais de 200 colaboradores. “Trata-se de uma multinacional no verdadeiro sentido da palavra”, refere Rui Dias Ferreira, referindo que a directora de Marketing da empresa é madrilena e dirige todas as operações da Vortal neste segmento a partir da capital espanhola.

A Vortal tem conseguido uma taxa média de crescimento anual sempre a superar os 10%, mas para o ano de 2018 o presidente da companhia estima um crescimento que deverá ultrapassar os 20% e chegar aos 15 milhões de euros. A Vortal encerrou 2017 com um crescimento de 16% nos resultados operacionais e de 14% no seu volume de negócios, que atingiu os 12,5 milhões de euros.

A estratégia da empresa, esclarece Rui Dias Ferreira, passa por reforçar o investimento em investigação e inovação, nomeadamente nos domínios da inteligência artificial aplicada às compras eletrónicas. Neste sentido, a Vortal criou um novo laboratório de inovação em Lisboa, para o qual está a contratar 30 profissionais entre engenheiros e arquitectos de software, web designers, product marketeers, project managers, entre outros perfis.

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