Para a maioria dos espanhóis, "o tempo" de Mariano Rajoy à frente do Governo espanhol acabou e devia passar o cargo a outra pessoa, revela uma sondagem realizada nesta semana pela Metroscopia para o jornal El País. No universo que junta todos os eleitores, 85% disseram ser a favor do seu afastamento. Entre os eleitores do seu próprio Partido Popular a percentagem também é elevada: 62%.

Esta sondagem, diz o El País, coincide com um debate que, ainda que de forma discreta e sem que alguém fale publicamente sobre ele, se trava no PP: a sucessão de Rajoy.

Na mesma sondagem foi perguntado aos eleitores dos vários partidos se este é o momento de o PP deixar de governar a Espanha — disseram que sim 95% dos eleitores do Podemos (esquerda), 86% dos eleitores do PSOE (socialistas), 70% dos eleitores do Cidadãos (direita) e 18% dos do PP (direita). No conjunto da população, 24% disse defender uma solução de governo entre o PP e outro partido. 

Nas últimas semanas foram publicadas duas sondagens, uma da Metroscopia e outra do Centro de Investigações Sociais (CIS), que dão resultados diferentes sobre o comportamento do eleitorado em caso de legislativas. A do CIS dá a vitória ao PP, com 26,3%, seguido do PSOE com 23,1%. Depois surgem os Cidadãos com 20,1% das intenções de voto e o Podemos soma 19%. Aqui, apenas sete pontos separam agora os quatro principais partidos espanhóis — e confirma-se a tendência de grande crescimento do Cidadãos desde o início da crise na Catalunha.

O barómetro da Metroscopia confirma a subida dos Cidadãos de Albert Rivera.  A última sondagem desta empresa dá-lhe a vitória, com 28,3% dos votos, mais 6,4 pontos percentuais do que o PP (21,9%) e 8,2 do que o PSOE de Pedro Sánchez (20,1%). O Podemos surge com 16,8%

Mariano Rajoy, de 62 anos, chefia do PP desde 2004 e foi candidato à presidência do governo cinco vezes. Perdeu duas eleições para o PSOE (com José Luis Zapatero). E é presidente do Governo desde 2011. A crise económica, que fez aumentar o desemprego e levou ao aumento da precaridade, assim como a crise na Catalunha desgastaram o seu executivo e a sua imagem.

As eleições em Espanha - onde Rajoy governa em minoria - estão marcadas para 2020.