Salvar o planeta com uma maleta

Chamam-se Maletas da Sustentabilidade e contêm materiais pedagógicos apelativos para despertar novos comportamentos face aos recursos e ao ambiente. Os professores podem requisitá-las e mudar o mundo

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O polvo Ribas é a mascote das Maletas da Sustentabilidade DR
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Mapas, jogos, livros e sugestões de visitas compõem as maletas da Agência de Energia e Ambiente da Arrábida DR
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Jogo da Glória para descobrir a Arrábida DR
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As alterações climáticas exploradas de forma lúdica DR
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Desperdício Zero, Pegada de Carbono e Arrábida Serra e Mar são os três grandes temas das maletas DR

Mapas, jogos, cartas, fichas, livros e sugestões de visitas e passeios compõem as maletas que a Agência de Energia e Ambiente da Arrábida (ENA) criou a pensar na formação das crianças e jovens do pré-escolar ao 3.º ciclo. “Mas as maletas são para os professores, são ferramentas que podem ser exploradas em sala de aula, em casa e no exterior”, explicou Orlando Paraíba (da ENA) na apresentação do projecto nesta segunda-feira, na Biblioteca Municipal de Setúbal.

Também ali se ficou a conhecer a mascote da iniciativa, o Ribas — um polvo azul. Uma forma de criar e manter uma relação afectiva entre as crianças e o ambiente.

Organizadas segundo três grandes temas — Desperdício Zero, Pegada de Carbono e Arrábida Serra e Mar —, cada maleta tem também três versões, adaptadas às faixas etárias e aos níveis de ensino: uma para o pré-escolar (verde); outra para o 1.º ciclo (amarela) e outra para o 2.º e 3.º ciclos (vermelha). Os professores podem requisitá-las através da rede de bibliotecas escolares e dos professores bibliotecários nas escolas.

Produzidas pela editora Ideias com História, as malas pedagógicas já foram distribuídas pelas sedes de concelho que integram a ENA: Sesimbra (19 de Dezembro de 2017), Setúbal (4 de Janeiro) e Palmela (9 de Janeiro).

Cátia Cavaco mostrou os diferentes conteúdos, frisando que houve a preocupação de “estarem alinhados com os currículos dos vários graus de ensino” e que foram pensados “não para acrescentar trabalho aos professores”, mas para “os ajudar” a complementar as matérias que já estão previstas nas diferentes disciplinas.

Assim, podem ser explorados temas relacionados “com o clima e as alterações climáticas, a eficiência energética, a mobilidade sustentável, o consumo, o oceano e o património natural”. Houve também articulação com os “eixos prioritários da estratégia nacional para a educação ambiental”. São eles “descarbonizar a sociedade, tornar a economia circular e valorizar o território”, lembrou a engenheira, dando também conta de que os materiais da maleta estão disponíveis no site da ENA.

Há também uma aplicação para que os trabalhos sejam avaliados em tempo real, tanto por professores como por alunos. São questões simples e de escolha múltipla, que permitirão aos responsáveis pelo projecto aferir imediatamente a aceitação (ou rejeição) do projecto junto das escolas. Uma breve demonstração na sessão na biblioteca de Setúbal entusiasmou os professores e educadores presentes.  

Literacia ambiental

A Agência Portuguesa do Ambiente esteve representada por Jorge Neves, numa apresentação viva e recordando que o seu papel é o de promover “a literacia ambiental, de forma clara, incisiva, consciente e apetecível”.

Informou ainda que irão ser disponibilizados 1,5 milhões de euros (valor idêntico ao de 2017) para iniciativas de cariz ambiental. “O despacho já está nas mãos do ministro, com três avisos, a que correspondem três aberturas”, disse, não querendo desvendar os domínios que serão preferencialmente financiados. No entanto, deixou perceber que florestas e recursos hídricos estariam nas prioridades. “Temas que poderiam ser aberturas do Telejornal”, afirmou, num tom entre o enigmático e o divertido.

O seminário, intitulado Recursos Pedagógicos Aplicados à Educação para Sustentabilidade, teve ainda a participação da vereadora do Ambiente da Câmara Municipal de Setúbal e vice-presidente da ENA, Carla Guerreiro, do vereador da Educação, Ricardo Oliveira, das coordenadoras interconcelhias das bibliotecas escolares de Setúbal, Palmela e Sesimbra, Elisabete Carvalho e Margarida Chaves, e do professor Carlos Cunha (Escola Secundária Dom Manuel Martins).

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