Médicos mantêm intenção de greve no final de Março

“Se [o Ministério da Saúde] não enviar até à próxima semana uma proposta escrita ao caderno reivindicativo, tudo indica que vamos propor um novo Fórum Médico para dar execução à proposta” de greve, afirmou João Proença, da Federação Nacional dos Médicos, à saída da reunião com a secretária de Estado da Saúde.

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Rui Gaudencio

Os sindicatos dos médicos saíram da reunião com a secretária de Estado da Saúde, nesta quinta-feira, “sem qualquer resposta ou proposta concreta” às suas reivindicações. Mantêm, por isso, a intenção de avançar com uma greve de três dias no final de Março ou início de Abril, disse ao PÚBLICO o dirigente sindical da Federação Nacional dos Médicos (Fnam), João Proença.

“Se [o Ministério da Saúde] não enviar até à próxima semana uma proposta escrita ao caderno reivindicativo, tudo indica que vamos propor um novo Fórum Médico para dar execução à proposta” de greve, afirmou o sindicalista da Fnam. A reunião desta quinta-feira com Rosa Zorrinho, onde também esteve representado o Sindicato Independente dos Médicos (SIM), aconteceu precisamente na sequência do fórum que reuniu os representantes da classe em meados de Janeiro, onde ambos os sindicatos concordaram em dar dois meses à tutela para apresentar propostas concretas.

Caso tal não aconteça, os médicos ameaçam voltar à greve, depois das paralisações de Maio e Novembro de 2017. Tal como no ano passado, os sindicatos querem ver limitadas as horas em serviço de urgência (de 18 para as 12 horas semanais), reajustadas as listas de utentes por médico de família (de 1900 para 1550) e revista a carreira médica e respectivos salários. Acresce ainda o apelo para que o Governo proceda à abertura imediata de concursos para os médicos recém-especialistas.

“Hoje não nos apresentaram nenhuma proposta por escrito como nós tínhamos exigido. As respostas foram evasivas e até me apareceu claro que a senhora secretária de Estado nem sequer tinha lido o caderno reivindicativo”, afirmou João Proença, sublinhando que este documento foi delineado “em Abril do ano passado”. Por isso, é-lhe claro que a “conflitualidade vai-se manter”.

Para o sindicalista, a falta de respostas às reivindicações dos médicos perpetua "uma situação de destruição do serviço, deixando os utentes e os médicos completamente desesperados".

Os sindicatos e a tutela têm nova reunião marcada para 8 de Março, o que para a Fnam é uma “clara ideia de prolongar as negociações, com uma mão cheia de nada”.

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