Isto pode ter tamanhos diferentes, mas afinal é igual para todos!

Ikea! Para mim um fenómeno, com várias possibilidades de observação.

Se olharmos com os olhos de um designer gráfico, este diria que “o sucesso do Ikea se deve aos espectaculares books de instruções. Têm excelentes pictogramas, que dão vida a uma estupenda narrativa visual, que nos ajuda a construir os objectos.”

De forma egoísta e egocêntrica diria ainda que “sem o dedo do designer gráfico, o criador das instruções de construção dos puzzles, o Ikea não teria saído da garagem do seu falecido fundador, Ingvar Kamprad”.

O mesmo fenómeno, aos olhos de um designer de produto, seria diferente. Este afirmaria que “não são só objectos! O Ikea é muito mais que isso. São sistemas de produtos, são pequenas famílias para as famílias.”

O designer de produto talvez acrescentasse ainda que “é forma e função. Ponto. Nada mais que isso. É a pureza do objecto sua mais verdadeira personificação. É a genuína e assumida democratização do design. Um exemplo actual das primeiras definições conhecidas para a profissão: económico e acessível a todos. Para o povo, customizável mas impossível de personalizar. Igual nos tamanhos e não nos modelos, inalterável para todos, mas com tamanhos diferentes.”

Aos olhos do designer de ambientes, “as combinações são infinitas! As possibilidades de casar um estilo Ikea com um estilo arquitectónico e com o estilo de quem habita são avassaladoras. Kitsch, retro, vintage, modernista, puro, colorido, limpo, tradicional, country, urban, etc, etc... é só baralhar e dar de novo! Um mundo de possibilidades.”

Para os professores de design, a marca é claramente um marco na história da profissão. Por todas as razões já referidas, mas por uma em particular, que é comum aos olhos de todos: “do it yourself!” Faça você mesmo, ou para ser mais exacto, monte você mesmo! Melhor ainda, se pudéssemos traduzir Ikea para português, seria algo como “para montar em casa”!

E este pequeno (grande) pormenor deixa muitos de nós em pânico! É mais barato, é costumizável em tamanho, mas depois de passar na caixa registadora alguém vai ter que os montar.

E infelizmente nas nossas casas, arrisco eu, que não são os olhos de designer gráfico, nem as mãos de designer de produto e muito menos as competências de designer de ambientes ou do professor de design que desembrulham as embalagens, para aterrarmos de cabeça no grande embrulho que é montar uma peça do Ikea!

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