Polícia já trata morte de casal de milionários como duplo homicídio
Fundador da farmacêutica Apotex, a maior do Canadá, e a mulher tinham sido encontrados sem vida, em Dezembro, na casa da família em Toronto.
Bill Sherman, fundador da Apotex, a maior farmacêutica do Canadá, e a mulher Honey Sherman foram assassinados. Quem o diz é a polícia de Toronto, a cidade onde este casal de milionários vivia e foi encontrado morto, em casa, em Dezembro de 2017. Logo na altura, falou-se de "circunstâncias suspeitas" em torno de duas mortes inesperadas. Agora, a polícia fala em assassínio, depois de as autópsias terem determinado que ambos morreram por estrangulamento, segundo noticia o jornal Toronto Star.
Não foram adiantados mais pormenores em relação ao caso. Susan Gomes, porta-voz da polícia local, recusou-se a dar detalhes, numa conferência de imprensa, sobre eventuais suspeitos ou as razões que terão motivado este caso, deixando porém claro que as autoridades olham para isto como um caso de duplo homicídio.
Para a família do casal, que contratou uma equipa própria de investigadores, este anúncio não constituiu surpresa, já que nunca acreditaram na teoria de que se teria tratado de um homicídio seguido de suicídio. "O anúncio da polícia de Toronto de que [estas] mortes trágicas estão a ser investigadas como duplo homicídio já tinha sido previsto pela família", lê-se num comunicado dos Sherman, citado pelo mesmo jornal. "Desde o início que acreditamos nessa hipótese, que é consistente com os indícios da investigação independente e cm os resultados das autópsias", acrescenta a família, que viu a polícia desocupar a casa onde Barry e Honey foram encontrados, em North York, após seis semanas de investigação.
"Acreditamos que eles foram um alvo", declarou por sua vez a porta-voz da polícia. Mas "não há suspeitos", acrescentou, fornecendo depois detalhes sobre o que foi feito desde 15 de Dezembro, dia em que os dois corpos foram encontrados sem vida. A polícia dedicou mais de 1000 horas à investigação do caso, foram recolhidos 127 testemunhos, a polícia reuniu quatro terabytes de gravação vídeo das câmaras de vigilância e apreendeu material diverso. "Algumas questões legais foram complexas de tratar dada a natureza litigiosa dos negócios de Barry Sherman", sublinhou a mesma responsável, destacando as dificuldades sentidas sobretudo na busca e apreensão do material electrónico de Barry Sherman nos seus diferentes locais de trabalho.
O casal tinha sido visto pela última vez com vida a 13 de Dezembro de 2017, dois dias antes de terem sido encontrados mortos em casa, uma residência luxuosa de três pisos.
Com base na investigação da equipa privada contratada pela família, o Toronto Star já tinha noticiado no último sábado que tudo apontava para um duplo homicídio. Segundo o jornal descreveu então, citando um dos membros da equipa de detectives privados, os dois membros do casal teriam morrido entre 13 e 14 de Dezembro, tendo sido encontrados meio sentados, com cintos de couro à volta do pescoço e presos a um corrimão existente junto da piscina. Além disso, tanto a autópsia oficial como uma segunda autópsia feita a pedido pela família por médicos legistas privados sugerem que, em algum momento, o casal esteve de mãos atadas. Porém, não foram encontrados no local nem gravatas nem cordas. A polícia não confirmou, no entanto, nenhum destes detalhes, nesta sexta-feira.
A morte do casal, um dos mais ricos do Canadá e que era também conhecido pelos seus volumosos apoios financeiros a causas sociais, causou bastante consternação nos meios políticos canadianos. O mayor de Toronto afirmou estar “chocado”. O primeiro-ministro canadiano Justin Trudeau declarou-se "entristecido" pela notícia da morte do casal.
Barry Sherman fundou a Apotex em 1974, conduzindo-a ao longo dos anos ao lugar de maior farmacêutica do Canadá, com uma presença internacional muito significativa. De acordo com a Forbes, a sua fortuna ascendia a 3200 milhões de dólares. Sherman foi o presidente executivo da empresa até 2012, ocupando desde esse momento o cargo de chairman.
