Muralha de Conímbriga vai ter obras de preservação

Primeira parte da intervenção custa meio milhão de euros e inclui melhoramento de atendimento a visitantes.

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Sergio Azenha
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Uma das muralhas das ruínas romanas de Conímbriga vai ser restaurada. A obra faz parte de um primeiro pacote de intervenções de que o complexo arqueológico do concelho de Condeixa-a-Nova vai ser alvo. As áreas da loja e da venda de bilhetes também vão ser renovadas.

A intervenção tem um orçamento avaliado em 450 mil euros, a maioria dos quais assegurados por fundos comunitários, com a contrapartida nacional de 68 mil euros garantida pela Direcção-Geral do Património Cultural (DGPC), entidade que assinou nesta quarta feira um protocolo com a autarquia de Condeixa para o alargamento do complexo arqueológico de Conímbriga.

Sem querer comprometer-se com datas, o presidente da Câmara Municipal de Condeixa-a-Nova, Nuno Moita, disse aos jornalistas que a primeira fase dos trabalhos deverá estar em condições de arrancar em Maio deste ano. O autarca sublinha ainda que o começo destas obras põe termo a um período de “duas décadas e meia sem investimento relevante em Conímbriga”.

A directora da DGPC, Paula Silva, explicou que a segunda fase da intervenção, ainda por anunciar, implica a ampliação da área expositiva do Museu Monográfico de Conímbriga, criado em 1962, bem como a melhoria das condições de investigação científica. A duas primeiras fases fazem parte de um plano de intervenção com um custo estimado de 2,5 milhões de euros, do qual já fazem parte os 450 mil que foram anunciados nesta quarta-feira. Paula Silva destacou ainda a importância que a estação arqueológica do distrito de Coimbra tem no país e manifestou o desejo de aumentar a frequência das visitas do público escolar ao Museu Monográfico e às ruínas.

Uma terceira fase da intervenção prende-se com o alargamento da exploração arqueológica. Neste momento, apenas um sexto das ruínas da antiga cidade romana está visível. Nuno Moita lembra que, para que esse trabalho avance, terá de se resolver primeiro a questão de expropriação de terrenos, que se encontra pendente. “Admitimos que essa fase seja mais complexa e difícil”, afirma.

A cerimónia que teve lugar no Museu Monográfico de Conímbriga serviu também para dar posse ao novo director do complexo, o arqueólogo José Ruivo, que assim sucede a Virgílio Hipólito Correia, que dirigiu a instituição durante 18 anos.

Em Março de 2017, Conímbriga passou a ter a designação de museu nacional e poucos meses depois, em Junho, a Câmara de Condeixa iniciou o processo de classificação das ruínas como Património Mundial ao entregar uma proposta de admissão na Comissão Nacional da UNESCO em Portugal.

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