Ordem dos Arquitectos junta-se à petição para proteger o Foco

Secção do Norte da Ordem insiste na necessidade de preservar o conjunto urbano desenhado pelo arquitecto Agostinho Ricca

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O edifício de escritórios é conhecido como Santo António Adriano Miranda

A Secção Regional do Norte da Ordem dos Arquitectos (OASRN) associou-se à petição que pretende proteger o Parque Residencial da Boavista, mais conhecido como Foco, no Porto. Num comunicado emitido esta segunda-feira, a OASRN alerta ainda a Câmara do Porto para “a importância de preservar e valorizar o conjunto urbanístico e arquitectónico, um exemplo de grande qualidade arquitectónica do panorama cultural e urbano portuense da década de 60 do século XX”.

A petição online foi lançada ao final do dia de quinta-feira e esta segunda-feira, pelas 15h, contava já com mais de 1360 assinaturas. O documento é dirigido ao presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, e os signatários pedem “a justa e urgente classificação como Património de Interesse Municipal” de todo o conjunto do Foco, desenhado pelo arquitecto Agostinho Ricca, com os arquitectos João Serôdio e Magalhães Carneiro.

A preocupação com o futuro desta área surgiu depois de os novos proprietários do edifício de escritórios do complexo terem avançado com um projecto de reabilitação que implica a instalação de uma obra do artista plástico Vhils na fachada do prédio. O anterior vereador do Urbanismo, Rui Losa, licenciou a obra em Agosto do ano passado, mas a Câmara do Porto e os donos do prédio já afirmaram que estão, de novo, a discutir o projecto, com estes últimos a afirmar que a instalação de Vhils será “efémera”.

As garantias não sossegaram aqueles que já tinham manifestado a sua preocupação com a obra em curso e a petição foi lançada. Agora, também a OASRN vem defender que “só a visão do conjunto permite responder a uma promoção qualificada da paisagem e do urbanismo provocadas pelo enquadramento histórico e de desenvolvimento local”. No comunicado assinado pela presidente da OASRN, Cláudia Costa Santos, diz-se ainda que uma intervenção na fachada “implica uma destabilização da referida visão do conjunto” e defende-se que é “imperativo salvaguardar o património arquitectónico de hoje e do futuro”, porque a cidade “não deve ser geneticamente tão alterada a ponto de se tornar irreconhecível”.

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