Hotel para turismo de negócios com abertura prevista para 2019

A cidade minhota deve receber no próximo ano um novo hotel com cerca de oito pisos, vocacionado para o turismo de negócios em Lamaçães, uma das zonas de expansão urbana mais recente, próxima da encosta onde se erguem os santuários do Sameiro e do Bom Jesus.

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O hotel ficará perto da encosta onde está o Bom Jesus Diogo Baptista

A zona leste de Braga, marcada pela proliferação de edifícios de habitação e de comércio e serviços a partir da década de 90, vai ter uma nova unidade hoteleira com uma altura de 27 metros - equivale, sensivelmente, a oito pisos e corresponde ao limite máximo de altura do edificado em redor e dois edifícios de comércio e serviços - que deve ficar pronta no ano que vem, adiantou o presidente da Câmara Municipal de Braga, Ricardo Rio.

“A informação que temos é que há pré-acordos estabelecidos. Portanto, ultrapassadas as condicionantes urbanísticas, o hotel terá todas as condições para avançar, à partida, em 2019”, realçou, com base no pedido de informação prévia analisado na reunião do Executivo Municipal, nesta segunda-feira, que não esclarece que é o investidor.

Localizada a cerca de um quilómetro do Instituto Ibérico de Nanotecnologia e da Universidade do Minho, a unidade enquadra-se, segundo o autarca da coligação PSD, CDS-PP e PPM, no trabalho recentemente desenvolvido para melhorar quer os tempos de permanência, quer as “médias de ocupação, o retorno por dormida e o combate à sazonalidade” na cidade.

Entre 2015 e 2016, o número de dormidas no concelho subiu 17 %, para 484.000, e os proveitos totais aumentaram dos 14,5 para os 18 milhões de euros, mostram dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), publicados em novembro último. A capacidade hoteleira do concelho – rondava as três mil camas em 2016, segundo o INE – costuma, segundo Ricardo Rio, esgotar em iniciativas como a Semana Santa, o S. João e a Noite Branca, em Setembro e, durante 2018, vai ser insuficiente por causa da Cidade Europeia do Desporto.

“Haverá múltiplas ocasiões em que teremos seguramente toda a capacidade hoteleira esgotada. Teremos de nos socorrer de outras unidades na região”, assumiu Rio.

Oposição questiona proximidade a ciclovia e regras do PDM

O PS reconheceu a necessidade de infra-estruturas hoteleiras por considerar que Braga é ainda um “apeadeiro turístico” – a estada média no concelho, em 2016, foi de 1,7 dias, mostra o INE -, mas lamentou a “indefinição da estratégia” da autarquia face ao novo hotel, sobretudo no que respeita ao possível aumento de trânsito rodoviário numa zona com ciclovias ali perto. “Se queremos uma zona ciclável e pedonal, de tráfego mais reduzido, não podemos aumentar esse mesmo tráfego”, reiterou o vereador Artur Feio.

Já o representante da CDU, Carlos Almeida, questionou se a cidade precisa de mais um hotel, quando a maior unidade, com capacidade para 650 pessoas, está junto à universidade, e prometeu estar atento ao cumprimento do Plano Director Municipal de Braga. “Quanto à área utilizada para construção, tem de haver uma cedência de 30% para áreas verdes e de 20% para equipamentos de utilização coletiva”, disse. O vereador espera ainda que o município compense o proprietário do terreno – doou parte do terreno onde se construiu a Avenida D. João II, limítrofe ao novo hotel – com um “pagamento devidamente estudado” e não com a “cedência de áreas de domínio público”.

Confrontado com estas situações, o presidente da Câmara frisou que as cedências ao proprietário do terreno, ainda por estudar, vão decorrer “em conformidade com os regulamentos e a lei geral”. Alegou também que o hotel e as ciclovias são “conciliáveis”, pelo facto da entrada da nova unidade não estar prevista para a “zona adjacente à ciclovia”.

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