Coração tablóide

Como alguém que sempre se habituou a ter os diários ingleses é deprimente não poder comprar o Guardian quando me apetece. Os jornais de direita não têm dificuldade em cá chegar. Mais falta faz o único de esquerda.

Ainda não segurei um Guardian no novo formato tablóide e dá raiva. Parece catita mas não há nada como folheá-lo e lê-lo para perceber as novidades gráficas. Claro que se pode ver o PDF (estão a abusar dos títulos em cores semelhantes) mas não é a mesma coisa. Sei lá se as tais cores ficam bem quando são impressas.

Porque é que deixou de haver Guardian de papel? Porque ninguém o comprava. Era muito mal impresso em Espanha e esborratava muito. O Guardian dirá que a culpa foi nossa.

Não poderemos ter uma segunda oportunidade? É um prazer ler o Guardian desde o tempo de Peter Preston. Ele lá morreu no dia 6, depois de entregar a última coluna. Seguiu-se Alan Rusbridger, um director inteligentíssimo e recentemente a intrépida Katherine Viner, que está a fazer um excelente trabalho.

Talvez se pudessem vender apenas as edições de sábado e de domingo - ou só a de domingo, quando é The Observer? Como alguém que sempre se habituou a ter os diários ingleses é deprimente não poder comprar o Guardian quando me apetece. Os jornais de direita não têm dificuldade em cá chegar. Mais falta faz o único de esquerda.

O novo grafismo do site do Guardian é o mais bonito, claro e legível de sempre. A nova fonte Guardian Headline é sólida e limpa, um triunfo técnico e estético.

Ter tudo isto de graça só reforça a culpabilidade do leitor.  E já não se pode comprar um exemplar de vez em quando para aliviá-la. Só me resta juntar-me ao clube. Encostaram-nos à parede. Estão a forçar-nos. Não há direito.

 

 

 

 

 

 

 

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