As 12 passas, o champanhe e... a ressaca. O que se deve fazer?

Depois das 12 passas vem o champanhe, o vinho, a cerveja e, por fim, a ressaca. É assim que muitos dão início ao novo ano. Os festejos começam dia 31, mas há quem não aproveite o primeiro dia do ano, graças aos excessos do dia anterior.

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Depois da festa, a ressaca NFACTOS / FERNANDO VELUDO
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João Silva

Para entrar em 2018 com o pé direito, o PÚBLICO falou com profissionais da área de saúde que partilharam alguns conselhos para lidar com a ressaca depois da passagem de ano.

Porque temos ressaca?

A ingestão de álcool tem como principal consequência o aumento do trabalho do fígado para que se realize o processo de metabolização, ou seja, para que o álcool seja desdobrado em partículas mais simples capazes de serem assimiladas pelo organismo. Quando se ingere uma quantidade de álcool superior àquela que o nosso organismo consegue destruir normalmente, o fígado não tem capacidade de resposta.

É por essa razão que este excesso de álcool afecta várias partes do nosso organismo. Além das tonturas relacionadas com as alterações no sistema sanguíneo, pode ficar-se com azia, desconforto gástrico, dores de estômago e desidratação, graças a alterações no sistema digestivo. Já as dores de cabeça podem surgir devido à dilatação dos vasos sanguíneos e à desidratação.

O que se deve fazer?

“O reflexo do nosso organismo é o vómito e a diarreia para expulsar a quantidade de álcool que o nosso organismo não assimila, o que o nosso corpo assimila vai ter consequências para o fígado”, explica o farmacêutico Hipólito Aguiar. Neste caso, os medicamentos que se podem usar são os protectores gástricos e os hepatoprotectores que protegem o estômago e o fígado, respectivamente. Todavia, o farmacêutico defende que “o ideal seria ingerir carvão vegetal imediatamente depois de começar a beber, já que este funciona como um sugador do excesso de produtos no estômago”.

Armando Carvalho, professor na Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, fala dos riscos alusivos ao consumo excessivo de álcool, sublinhando que “o problema maior não é o que acontece no dia seguinte, mas sim o que acontece durante a fase de intoxicação.”

Para o médico, é aconselhável beber com moderação e espaçadamente ao longo da noite, evitando problemas mais graves como o coma alcoólico e, no dia seguinte, a ressaca.

Em caso de coma alcoólico, Armando Carvalho aconselha os familiares e amigos a acompanharem a pessoa ao serviço de urgência. Os procedimentos, que dependem da fase em que a pessoa se encontre, podem variar desde a indução de vómito a tratamentos com soro e vitaminas para evitar os efeitos nocivos do álcool no organismo.

O que beber durante a ressaca?

Já para o tratamento sintomático da ressaca, Armando Carvalho referiu que se podem tomar analgésicos, como o paracetamol, e que se devem beber muitos líquidos, como água e chá.

“O repouso é essencial para o organismo recuperar, já que a pessoa está fisicamente esgotada porque o álcool motiva uma série de processos que consomem alguma energia”, acrescentou.

O que comer?

A nível alimentar e para repor essa energia, pode haver alguma vantagem em ingerir-se calorias. Assim, para quem está de ressaca e gosta de doces, Armando Carvalho explica que “não há problema em ingerir, por exemplo, um bolo, já que pode haver alguma hipoglicemia”, ou seja, já que a taxa de açúcar no sangue pode diminuir para valores inferiores ao normal. Os ovos e os sumos são também aconselháveis.

Texto editado por Nicolau Ferreira

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