Concluído terceiro núcleo do Museu Vivo do Peixe Seco

Município terminou obras na zona de tratamento de pescado, para apoio às vendedoras.

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A Nazaré tem apostado na renovação da tradição do peixe seco José Maria Ferreira

O Museu do Peixe Seco, na Nazaré, está finalmente concluído, divulgou esta quinta-feira o município, dando por terminadas as obras da zona de tratamento do pescado, um dos três núcleos do 'museu vivo' inaugurado há um ano. O "final das obras da zona de tratamento do pescado" marca a conclusão do projecto do Museu (Vivo) do Peixe Seco da Nazaré, criado com o objetivo de preservar a tradição da secagem do peixe, uma das atrações turísticas da vila.

A área criada "servirá de apoio às vendedoras na preparação do produto que é colocado à venda no estendal [localizado na marginal da Nazaré] e nos mercados", sublinhou a Câmara num comunicado. Incindindo numa zona de preparação do pescado e noutra para arrumação, a intervenção agora finalizada está integrada na ampliação e requalificação de um espaço inserido no Centro Cultural da Nazaré (antiga lota), um dos três núcleos do museu, que integra ainda uma zona de secagem do peixe, localizada no areal, junto à marginal da vila, e um centro interpretativo, localizado também na antiga Lota.

O projecto foi apresentado à população em 2013 e os dois primeiros núcleos foram inaugurados em dezembro do ano passado, após a substituição do antigo estendal (popularmente designado por "estindarte") por um novo, instalado numa plataforma moderna, elevada à altura da marginal para facilitar a comunicação entre peixeiras e público, e permitir que os visitantes possam circular, conhecendo o processo de secagem e a sua antiguidade.
O novo estendal abriu com 17 lugares, 11 dos quais destinados a peixeiras que desenvolviam aquela actividade e os restantes "dedicados à criação de novos postos de trabalho", disse então o autarca à Lusa, estimando que o projeto ficasse completamente concluído ao longo de 2017.

O Museu do Peixe Seco representou um investimento de 130 mil euros (acrescido de IVA), que, além da preservação das tradições, espelha "uma aposta clara desta gestão [camarária] no peixe seco", segundo o presidente, Walter Chicharro. O autarca comprometeu-se a "tudo fazer para o elevar à categoria de produto gourmet, dando-o a conhecer ao mundo, através de várias iniciativas". Entre elas estão a criação de uma entidade com vista à certificação do peixe seco e à promoção do produto em feiras, eventos nacionais e internacionais; a realização de mostras gastronómicas com o carapau seco/enjoado; e a candidatura do Peixe Seco a Património Cultural Imaterial.

Entre as ações previstas para a preservação de "uma actividade económica secular, quase única no país", o autarca aludiu ainda à apresentação de um livro sobre a arte da secagem do peixe (que aborda as diferentes fases da produção até ao produto final) e que será oferecido em cerimónias e actos oficiais.

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