Senado aprova reforma fiscal de Trump

Agora só falta uma nova votação na Câmara dos Representantes para o Presidente dos EUA poder assinar a lei e cantar a sua primeira grande vitória.

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Mitch McConnell, líder dos republicanos no Senado LUSA/MICHAEL REYNOLDS

Está quase aprovada a reforma fiscal de Donald Trump, naquela que é considerada a primeira grande vitória legislativa do Presidente dos EUA. O pacote final foi aprovado na madrugada desta quarta-feira no Senado, com 51 votos a favor e 48 contra.

Como foram feitas pequenas alterações à reforma aprovada no Senado, a lei terá de voltar a ser aprovada na Câmara dos Representantes, uma votação marcada para esta quarta-feira. A Casa Branca já agendou uma conferência de imprensa no caso (altamente provável) de a reforma receber novamente luz verde na câmara, que na terça-feira tinha aprovado o plano com 227 votos a favor e 203 contra.

Donald Trump já se congratulou no Twitter, com esta votação, falando "no maior corte de impostos da história".

A proposta prevê a redução drástica dos impostos para as empresas e os contribuintes mais ricos, ao mesmo tempo que autoriza a exploração de petróleo no Refúgio Nacional de Vida Selvagem do Árctico e põe fim à obrigatoriedade de os cidadãos terem um seguro de saúde. Concretamente, a carga fiscal das empresas vai descer de 35% para 20% já a partir de 2019; e os impostos para cerca de metade da população também desce, embora menos e com um fim anunciado para 2025.

Esta enorme descida de impostos levantou algumas preocupações com as consequências para a já imensa dívida norte-americana: vai acrescentar mais de um trilião de dólares a uma dívida que já ultrapassa os 20 triliões de dólares. Por outro lado, os democratas argumentam que a medida vai aprofundar as desigualdades entre ricos e pobres nos EUA.

Segundo a comissão independente do Congresso que antevê os impactos financeiros das propostas de lei, a enorme redução de impostos vai beneficiar as grandes empresas e os contribuintes mais ricos em relação aos mais pobres – só 44% dos contribuintes individuais terão uma redução fiscal acima dos 500 dólares (420 euros), e mesmo assim essa redução será temporária, até 2025. Para além disso, a reforma fiscal patrocinada por Donald Trump acaba também com várias deduções agregadas a impostos locais e estaduais, o que vai dificultar o investimento em programas de educação, saúde e transportes públicos, que geralmente favorecem os mais pobres.

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