Governo já foi mexido cinco vezes em dois anos

Das ameaças de "bofetadas" às tragédias dos incêndios, passando pelo caso das viagens da Galp e outros menos mediático, dois ministros e 11 secretários de Estado saíram do Governo até Outubro, nos primeiros dois anos de mandato.

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Constança Urbano de Sousa deixou o Governo na sequência dos incêndios de Outubro Nuno Ferreira Santos

8 Abril de 2016

O ministro da Cultura, João Soares, demite-se na sequência de uma publicação no Facebook em que dizia que esperava “ter a sorte” de poder dar “bofetadas” ao crítico Augusto M. Seabra, estendendo essa vontade de aplicar “salutares bofetadas” também ao comentador Vasco Pulido Valente”. Com ele sai a secretária de Estado da Cultura Isabel Botelho Leal. Luís Castro Mendes deixa o cargo de embaixador do Conselho da Europa para assumir a pasta e traz Miguel Honrado para o lugar de secretário de Estado.

13 de Abril de 2016

João Vengorovius  Meneses, secretário de Estado da Juventude e Desporto, deixa o Governo em desacordo com o ministro da Educação. É substituído a 14 de Junho por João Paulo Rebelo.

6 de Fevereiro de 2017

Álvaro Novo toma posse como secretário de Estado do Tesouro por desdobramento da pasta então ocupada por Ricardo Mourinho Félix: este fica como secretário de Estado Adjunto e das Finanças e o novo membro da equipa de Mário Centeno assume a tutela do sector empresarial e o património público.

9 de Julho de 2017

Na sequência do caso das viagens da Galp, empresa que pagou as deslocações de vários secretários de Estado a jogos do Euro2016, faz-se a primeira remodelação transversal do Governo, embora apenas a nível de secretarias de Estado. Fernando Rocha Andrade (Assuntos Fiscais), João Vasconcelos (Indústria) e Jorge Costa Oliveira (Internacionalização) demitem-se, antecipando a constituição de arguidos pelo Ministério Público por suspeitas do crime, específico dos titulares de cargos políticos, de recebimento indevido de vantagem.

Nessa altura, o primeiro-ministro aproveita para estender a remodelação a outros casos: Carolina Ferra (Administração Pública e Emprego Público), Miguel Prata Roque (Presidência do Conselho de Ministros), Amândio Torres (Florestas e Desenvolvimento Rural) e Margarida Marques (Assuntos Europeus).

Os sete governantes são substituídos por oito, pois é então criada a secretaria de Estado da Habitação, assumida por Ana Pinho. É nessa altura que entram António Mendonça Mendes (Assuntos Fiscais), Tiago Antunes (Presidência do Conselho de Ministros), Fátima Fonseca (Administração Pública), Ana Paula Zacarias (Assuntos Europeus), Eurico Brilhante Dias (Internacionalização), Ana Teresa Lehman (Indústria), e Miguel Freitas (Florestas),

18 de Outubro

Na sequência do duro discurso do Presidente da República a propósito dos incêndios de 15 de Outubro, o primeiro-ministro aceita a demissão da ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa, saindo com ela Jorge Gomes, secretário de Estado da Administração Interna. Para o lugar de ministro entra Eduardo Cabrita, até então ministro adjunto do primeiro-ministro, que cria duas novas secretarias de Estado: Protecção Civil, que entrega a José Artur Neves, e Autarquias Locais, entregues a Carlos Miguel.  A secretária de Estado adjunta Isabel Oneto mantém-se no cargo. 

Sai ainda Catarina Marcelino, secretária de Estado da Igualdade, sendo substituída por Rosa Lopes Monteiro. Pedro Siza Vieira assume o cargo de ministro-Adjunto deixado vago por Eduardo Cabrita.

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