San Juan fez oito chamadas no dia do desaparecimento

Chamadas eram desconhecidas até agora, três semanas após o desaparecimento do submarino. Porta-voz da Marinha argentina desvaloriza conteúdo das comunicações, afirmando que "não foram chamadas de emergência".

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Tributos aos 44 tripulantes do San Juan LUSA/Arduin Mauricio

O submarino argentino ARA San Juan, que está desaparecido há mais de três semanas, e cuja tripulação foi já dada como morta, realizou oito chamadas de satélite no dia em que deixou de dar sinal. A informação foi revelada pela comunicação social da Argentina e depois confirmada pelo porta-voz da Marinha daquele país, que esclareceu que as comunicações recebidas não foram “chamadas de emergência”.

Estas chamadas foram efectuadas entre a 1h11 e as 7h36 da madrugada de 15 de Novembro. E, como explica o jornal argentino La Nacion, o ARA San Juan tinha ordens para comunicar duas vezes por dia a sua posição às bases navais. No entanto, nas primeiras horas desse dia foram realizadas oito comunicações que duraram um total de 55 minutos. Depois disso, o submarino não mais deu sinais. Uma semana mais tarde, mas apenas três horas depois da última comunicação registada na área onde se encontrava o submarino, houve uma explosão na rota da embarcação que colocou, na altura, um ponto final nas esperanças de sobrevivência da tripulação.

Esta informação era desconhecida até agora, sendo que a empresa Tesacom, auditora das linhas de satélite Iridium, enviou os registos das chamadas à Marinha argentina.

Numa dessas comunicações, cujo conteúdo não foi divulgado, o comandante do submarino reportou uma falha técnica e um curto-circuito a bordo. Ao La Nacion, o porta-voz da Marinha, Enrique Balbi, confirmou que a lista da Tesacom foi recebida a 29 de Novembro e que esta “coincide” com as chamadas realizadas pela tripulação do San Juan através das quais avisou sobre as falhas a bordo, a sua posição e o trajecto que iria seguir. Numa conferência de imprensa realizada também nesta quarta-feira, Balbi disse ainda que estas chamadas não foram de emergência. “São como intenções de ligação à Internet”, explicou.

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