Museu de cera na Indonésia retira estátua de Hitler com Auschwitz em fundo

Instalação era utilizada por visitantes para tirarem selfies.

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A estátua já lá se encontrava desde 2014, mas só agora é que o museu De Mata Trick Eye, na cidade de Yogyakarta, ilha de Java, Indonésia, decidiu retirar do local a figura de cera de Adolf Hitler que tinha como fundo uma fotografia de grandes dimensões do campo de concentração de Auschwitz, com a inscrição “Arbeit macht frei” sobre o portão da entrada. Os visitantes eram encorajados a tirar selfies frente a esta iconografia

A desmontagem da “instalação” foi feita pelo museu na noite de sexta-feira passada – noticia a Associated Press (AP) – após denúncia e pressão exercida pelo Simon Wiesenthal Centre, de Los Angeles, além de outras organizações judaicas e de grupos de defesa dos direitos humanos.

A Human Rights Watch, por exemplo, considerou “doentia” a exposição e a exploração da imagem de Hitler associada ao mais brutal campo de extermínio de judeus, e no mesmo sentido se pronunciou o Simon Wiesenthal Centre, que se tem ocupado da denúncia de actos e leituras que negam a existência do Holocausto.

A figura de cera de Hitler encontrava-se no museu de Java há três anos, ao lado de uma centena de outras figuras célebres da História.

Os responsáveis pelo De Mata Trick Eye – inaugurado em Dezembro de 2013, único museu em 3D da ilha de Java e um dos maiores do mundo no género – começaram por defender que a exposição era “divertida” e muito procurada pelos visitantes. Mas acabaram por ceder aos protestos, e, além da estátua de cera de Hitler, retiraram também do museu a fotografia do campo de concentração onde um milhão de judeus foi exterminado no decorrer da II Guerra Mundial.

No país com a maior população muçulmana no mundo, mas também com uma relevante comunidade judaica – nota a AP –, este não é um episódio isolado nos tempos mais recentes. No início deste ano, um café decorado com símbolos nazis, e com empregados envergando uniformes da SS (a organização paramilitar do partido nazi de Hitler), foi encerrado na sequência de violentos protestos. Também em 2014 um vídeo de uma banda pop em apoio à candidatura presidencial do antigo militar e empresário Prabowo Subianto – que viria a ser derrotado nas urnas pelo actual Presidente, Joko Widoho – recorria ao imaginário nazi.

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