Bombeiros voluntários sem receber despesas extraordinárias há quatro meses

O pagamento das despesas extraordinárias referentes aos incêndios florestais, que permite apoiar os bombeiros na reparação e reposição de veículos e equipamentos, alimentação e combustível estão atrasadas. O MAI já está a par da situação.

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O Ministério da Administração Interna diz que o pagamento referente aos meses de Julho e Agosto, no valor de 6,4 milhões de euros, será efectuado nos próximos dias Rui Farinha / NFactos

As associações de bombeiros voluntários queixam-se de estar sem receber há quatro meses as despesas extraordinárias referentes aos incêndios florestais, uma situação que o Ministério da Administração Interna diz que vai resolver parcialmente nos próximos dias.

O alerta foi dado à agência Lusa pelo presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), Jaime Marta Soares, avançando que a Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC) não paga, desde Junho, às associações humanitárias de bombeiros voluntários as despesas extraordinárias dos incêndios florestais previstas na directiva financeira.

"Não foi pago o que está incluído na directiva financeira desde Junho", lamentou Jaime Marta Soares, sublinhando que as corporações de bombeiros estão a viver "uma situação complexa e difícil".

A directiva financeira é um documento anual que fixa os princípios norteadores do pagamento das despesas resultantes das intervenções das corporações e permite apoiar os bombeiros na reparação e reposição de veículos e equipamentos, alimentação e combustível. Segundo Jaime Marta Soares, em causa está todo o equipamento e material afectado pelos incêndios, além dos combustíveis e despesas com alimentação.

Numa resposta enviada à Lusa, o Ministério da Administração Interna (MAI) refere que o pagamento referente aos meses de Julho e Agosto, no valor de 6,4 milhões de euros, será efectuado nos próximos dias. O MAI adianta também que estão em fase de apuramento final os montantes referentes aos meses de Setembro e Outubro, fazendo parte destas despesas extraordinárias a reposição e reparação de viaturas e equipamentos, refeições e salários perdidos.

A LBP deu também conta à Lusa que os bombeiros voluntários que fizeram parte das Equipas de Combate a Incêndios (ECIN) no âmbito do reforço do dispositivo em Outubro, ainda não receberam qualquer compensação.

Jaime Marta Soares exige que o pagamento seja efectuado o mais rapidamente, uma vez que as corporações de bombeiros não têm disponibilidade financeira para avançar com a compensação, tendo já contactado o secretário de Estado da Protecção Civil, Artur Tavares Neves. Segundo a LBP, quase 1000 bombeiros voluntários integraram as ECIN, a partir de 9 de Outubro, no âmbito do reforço do dispositivo de combate a incêndios.

Na resposta enviada à Lusa, o MAI refere que o pagamento das compensações às Equipas de Combate a Incêndios no mês de Outubro, incluindo o dispositivo que estava previsto, os reforços e o prolongamento para a segunda quinzena de Outubro, será efectuado nos próximos dias.

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