Governo diz que pesca de sardinha até 14.500 toneladas é sustentável

Secretário de Estado das Pescas defendeu hoje que "o estado actual do recurso [sardinha] permite que se aponte para uma recuperação gradual da biomassa" com um "nível de pesca que se situe entre as 13.500 e as 14.500 toneladas”

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A sardinha não tem quotas de pesca determinadas por Bruxelas. São os Estados-membros que acordam os limites ruf rui farinha/NFactos

O secretário de Estado das Pescas, José Apolinário, afirmou esta quinta-feira, 9 de Novembro, que Portugal está empenhado em garantir a sustentabilidade da sardinha, mas defendeu que é possível manter um nível máximo de pesca na ordem até 14.500 toneladas por ano.

"O que está em causa é a sustentabilidade do recurso. Tem que haver o nível adequado de sardinha para garantir a sustentabilidade e a continuidade da pesca. É necessário preservar hoje para ter amanhã", disse José Apolinário, em Sines, assegurando que o Governo vai tentar chegar a um entendimento sobre esta matéria com a União Europeia.

"Mais do que garantir quotas, trata-se de discutir como é que recuperamos a biomassa, ou seja, o peso global existente de sardinha no nosso mar", acrescentou o governante.

Para o secretário de Estado das Pescas, "o estado actual do recurso [sardinha] permite que se aponte para uma recuperação gradual da biomassa" com um "nível de pesca que se situe entre as 13.500 e as 14.500 toneladas, porque isso corresponderá a uma recuperação da biomassa de cerca de 5%".

Em 20 de Outubro, o CIEM – Conselho Internacional para a Exploração do Mar defendeu que pesca da sardinha deveria ser proibida em 2018 em Portugal e Espanha, face à redução acentuada do “stock” na última década a fim de repor os níveis mínimos aconselháveis de biomassa da espécie. No mesmo dia, a ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, afirmou que o executivo vai propor que os limites de captura de sardinha para Portugal e Espanha para 2018 sejam entre 13,5 e 14 mil toneladas.

O parecer do CIEM, científico, tem peso em Bruxelas, mas não é vinculativo - até porque a sardinha não tem quotas de pesca determinadas pela Comissão Europeia. São os Estados-membros que acordam entre si que limites devem existir para manter os “stocks” recomendáveis da espécie.

José Apolinário falava aos jornalistas à margem da VI Conferência APIBARRA - Associação dos Pilotos de Barra e Portos, "Simplificar para Liderar", que decorreu no auditório da Administração do Porto de Sines.

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