Petróleo atinge máximos históricos de dois anos após detenções na elite saudita

O príncipe herdeiro, Mohammed bin Salman, ordenou a detenção de vários membros da elite do país.

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Preço do barril não estava tão alto desde Julho de 2015 Reuters/FAISAL AL NASSER

O barril de petróleo atingiu máximos de quase dois anos nesta segunda-feira, depois de Mohammed bin Salman, príncipe herdeiro da Arábia Saudita, ter constituído um novo comité de combate à corrupção que resultou na detenção de pelo menos 11 príncipes, quatro governantes e dezenas de antigos ministros sauditas no último sábado. Esta “remodelação” governamental, que foi até já comparada à série Guerra dos Tronos, levou alguns mercados internacionais a negociar em máximos de Julho de 2015.

O West Texas Intermediate (WTI), negociado em Nova Iorque, sobe 0,74%, para 56,05 dólares. Já no mercado Brent, com sede em Londres, o preço do petróleo valoriza-se para 62,39 dólares, noticia a Reuters.

Aponta o Financial Times que a Arábia Saudita é o segundo maior produtor de petróleo do mundo, o maior exportador e tem a maior capacidade de produção em relação a qualquer outro país rico nesta matéria-prima. Não é, no entanto, segundo os analistas citados pelo mesmo jornal económico, expectável que sejam feitas alterações às políticas em relação ao comércio de petróleo.

Depois de três anos de quedas no mercado, o aumento de preços poderá aliviar algum do sufoco económico no reino. Jason Bordoff, um antigo conselheiro de Barack Obama e o responsável do departamento de Política Energética na Universidade de Colúmbia, sublinha que existe uma “urgência de mostrar resultados da reforma económica”. “O aumento do preço do petróleo é uma das condições mais importantes para dar um empurrão à economia”, resume.

A comissão de combate à corrupção é tão poderosa que tem inclusivamente a possibilidade de prender cidadãos sauditas, emitir proibições de viajar ou cativar os activos que sejam considerados resultado de corrupção, reforçando o poder do príncipe herdeiro.

Entre os detidos encontra-se o influente príncipe Alwaleed bin Talal, um dos homens mais ricos do mundo e que possui participações em empresas como a Citigroup, Apple, 21st Century Fox ou Twitter.

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