Soares da Costa denuncia "acção violenta" contra trabalhadores da obra do Hotel Monumental

A construtora diz que "elementos de uma empresa de segurança privada" ocuparam local da obra na Avenida dos Aliados, no Porto, sugerindo que estes actuaram em nome da empresa de Mário Ferreira proprietária do espaço.

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Construção do hotel está parada desde Outubro devido a uma greve dos trabalhadores Diogo Baptista

A Soares da Costa diz que os trabalhadores da obra de um hotel na Avenida dos Aliados, no Porto, sofreram este domingo uma “acção violenta” por parte de “elementos de uma empresa de segurança privada”. Num comunicado, a construtora sugere ainda que estes elementos “actuavam em nome do proprietário do espaço”, a Monumental Palace de Mário Ferreira.

Os elementos "ocuparam o local da obra e expulsaram os trabalhadores", denuncia a Soares da Costa, "negando o acesso ao local de trabalho". 

“Esta acção estará relacionada com os acontecimentos mais recentes na obra, nomeadamente uma greve – convocada devido a um atraso de três dias no pagamento de salários – e a ameaça feita na comunicação social de denúncia do contrato de execução da obra do referido hotel”, continua o comunicado, acrescentando que a Soares da Costa já realizou uma participação à PSP do sucedido.

Na semana passada, a empresa de Mário Ferreira anunciou que vai “responsabilizar a Sores da Costa, através dos meios adequados, pela utilização indevida” de fundos que diz terem sido adiantados à empresa para a empreitada e que não terão sido usados para os fins previstos.

Os trabalhos estão parados desde o final de Outubro, uma vez que os funcionários entraram em greve por causa de salários em atraso.

Os problemas relacionados com esta empreitada iniciaram-se em Maio de 2016, quando uma denúncia sindical sobre a existência de salários em atraso na obra do Monumental fez com que Mário Ferreira admitisse afastar a Soares da Costa da empreitada. Na altura, o Sindicato da Construção do Norte já acusava a construtora de ter desviado 1,5 milhões de euros, adiantados por Mário Ferreira, mas o empresário não confirmava o uso indevido do dinheiro e dizia que iria manter-se atento e analisar o assunto.

No comunicado deste domingo, a construtora diz que, em “relação aos mais de cem trabalhadores que têm estado a executar a obra e que ficam sem posto de trabalho a partir deste momento, bem como aos prestadores de bens e serviços, a Soares da Costa tentará encontrar uma solução digna e que vá ao encontro dos seus interesses”.

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