Primeiro dia da greve parcial dos guardas prisionais com adesão de 83%

Presidente do Sindicato diz que greve afectou sobretudo a abertura das celas para as actividades diárias dos reclusos.

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O Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional, Jorge Alves, diz que esta quarta-feira a greve parcial, entre as 7h e as 10h, teve uma adesão que rondou os 83%. O protesto prossegue amanhã. E alarga-se no dia seguinte, já que os guardas participarão na greve geral da função pública.

Em causa, está o novo horário, que foi publicado esta quarta-feira em Diário da República: em vez de períodos de 24 horas de trabalho seguidas de 48 horas de descanso, passarão a cumprir turnos de oito horas contínuas - das 8h às 16h, das 8h às 16h, das 16h às 24h, das 24h às 8h, e depois têm uma folga.

Os guardas reclamam progressão na carreira. Exigem o pagamento de subsídio nocturno, já que não recebem qualquer compensação extra por trabalharem à noite e ao fim-de-semana. E a actualização da tabela remuneratória, conforme aconteceu com a PSP. Neste momento, ganham em média menos 52 euros do que os elementos da PSP.

Jorge Alves também não disfarça o choque com o director-geral de Reinserção e Serviços Prisionais, Celso Manata, que acusou os guardas de serem demasiado flexíveis e mandou apertar o controlo e fiscalização de pessoas e bens que entram nas cadeias. “O plano que mandou para as prisões em Agosto não está a ser cumprido”, revela. Porquê? “Causa incómodo às pessoas”, responde.

De acordo com o sindicalista, esta quarta-feira a greve afectou sobretudo os estabelecimentos prisionais centrais. As celas abriram às 8h, como é habitual, para a contagem de reclusos, o pequeno-almoço e a medicação. Atrasou o arranque das brigadas de trabalho, que tende a acontecer às 9h, e das aulas e acções de formação, que tende a acontecer entre as 9h30 e as 10h.

"Só vamos assegurar as deslocações que comprometam a saúde ou a liberdade dos presos, por exemplo em audiências para revisão de medida de coacção", explicou Jorge Alves. O recreio, esse, não ficou em causa. “Os reclusos têm direito a duas horas por dia, o que pode acontecer mais tarde. Mesmo na sexta-feira esse direito será garantido”, comentou. Como há menos guardas de serviço, dividir-se-ão os reclusos em grupos para que possam ir uns de manhã e outros à tarde. 

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