Será que Rio vai deixar que o PSD dê uma mãozinha a Moreira para a AMP?

Negociações entre sociais-democratas e independentes devem iniciar-se neste sábado com vista a um eventual entendimento para a Assembleia Municipal do Porto

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Paulo Rios foi fustigado por críticas de militantes do PSD lm miguel manso

As movimentações para a concelhia do PSD-Porto já começaram e o reeleito presidente da Junta de Freguesia de Paranhos, Alberto Machado, já anunciou que é candidato. Fê-lo na quinta-feira à noite num participado plenário de militantes onde o deputado Paulo Rios esteve debaixo de fogo por defender que o partido não deve fazer entendimentos políticos na Assembleia Municipal do Porto (AMP) com os partidos à sua esquerda.

Paulo Rios apresentou uma moção que levantou muita celeuma, acabando por nem sequer ter chegado a ser admitida para ser discutida no decorrer do plenário. O documento recusa “quaisquer acordos ou coligações formais ou informais com o PS, o PCP, e com o Bloco de Esquerda em todos os órgãos autárquicos”.

 Os militantes consideram que a moção visa “condicionar” as negociações com o movimento do independente de Rui Moreira, que se devem iniciar neste sábado. Como não obtiveram a maioria dos deputados para poder indicar Miguel Pereira Leite para presidente da mesa da Assembleia Municipal do Porto (AMP), os independentes vão ter de se entender com a oposição. E o PSD parece ser, à partida, o melhor interlocutor.

O líder da concelhia social-democrata e número dois na lista à Câmara do Porto, Miguel Seabra, não quer alimentar polémicas, limitando-se a dizer que “o PSD deve partir para as negociações sem qualquer tipo de condicionalismos". "Temos de ouvir o que as pessoas têm para nos dizer”, afirmou em declarações ao PÚBLICO.

A lista liderada por Miguel Pereira Leite elegeu 21 elementos contra os 25 deputados municipais dos restantes partidos. Como está em desvantagem, Moreira vai ter de encontrar entendimentos para fazer passar as suas propostas naquele que é o órgão deliberativo das autarquias, a assembleia municipal. Mas nesta equação há agora um dado novo: Rui Rio é candidato à liderança do partido. Assim sendo, a questão que se coloca é saber se o ex-presidente da Câmara do Porto vai deixar que o PSD sirva de muleta a Moreira para governar com maioria na AMP ou se vai dispor da grande influência que tem no partido no Porto e travar qualquer entendimento com o autarca independente.

O PSD não abre o jogo, mas o PÚBLICO sabe que há sociais-democratas que entendem que o partido se deve abster na altura da votação, viabilizando o nome de Miguel Pereira Leite para líder da assembleia municipal escolhido por Moreira, engolindo, assim, o que este disse e fez ao PSD durante os últimos quatro anos e na recente campanha eleitoral. No discurso de vitória, Rui Moreira atacou o seu antecessor na presidência da Câmara do Porto, Rui Rio, o mandatário da candidatura de Álvaro Almeida, António Tavares, e o eurodeputado Paulo Rangel, afirmando que os três foram os “grandes derrotados” por “terem utilizado o Porto como território para disputas de índole nacional”.

Pelo lado do PS, os socialistas estão empenhados em fazer eleger Braga da Cruz como presidente da AMP. 

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