Uma reserva debaixo de água

Sesimbra poderá vir a ter um parque de âncoras e canhões subaquático. Projecto está ainda no papel.

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Rui Gaudêncio

Entre os muitos materiais que estão hoje no MARL há âncoras e peças de artilharia de grandes dimensões que deverão regressar ao fundo do mar. Em colaboração com a autarquia, e também com escolas de mergulho, associações de pescadores e o Parque Natural da Arrábida, a equipa do CNANS está a trabalhar na criação de uma reserva subaquática visitável em Sesimbra. “A ideia é mostrar que a arqueologia não é um exclusivo do Estado e das universidades, dos investigadores, dos museus”, diz Pedro Barros, arqueólogo da DGPC. “A sociedade civil, o turismo, podem ter aqui um papel muito importante na aproximação das pessoas ao património, na sensibilização.”

Criar esta reserva visitável traz também vantagens para a preservação destes bens, já que fora de água os processos para atrasar a sua degradação são demorados e dispendiosos, acrescenta o técnico de conservação José António Gonçalves.

A diferença entre uma reserva visitável como a que está prevista para Sesimbra e os naufrágios que integram o roteiro subaquático dos Açores, explica Barros, é que na primeira as peças são ali depositadas propositadamente e continuarão a ser monitorizadas e protegidas. “Não  vamos abandonar as peças mergulhadas e vamos criar conteúdos para que as pessoas aprendam com elas.”

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