Pagar 30 mil dólares para ir para o meio do nada

A Black Tomato oferece uma experiência turística diferente. As pessoas são levadas para um local longínquo para escaparem à rotina do dia-a-dia.

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Deambular sete dias por um deserto, enfrentar terrenos montanhosos ou sentir no corpo temperaturas negativas. Não há hotéis, serviço de quarto disponível 24 horas — nem o stress de preparar uma viagem. A operadora turística de luxo Black Tomato lançou um repto aos mais espontâneos (e com alguns milhares de euros no bolso) para umas férias diferentes: durante uma semana, desconectar-se da civilização e perder-se pelos confins do mundo. Chamam-lhe Get Lost.

Mas como funciona? O interessado deve preencher um formulário onde escolhe o ponto geográfico onde gostaria de se perder (polar, desértico ou montanhoso, por exemplo) e deixa ao critério da operadora os países e locais que se enquadram nesse tipo de ambiente. Caso necessário, há sessões de treino disponíveis para preparar os turistas para a experiência de sobrevivência que se avizinha.

Tomadas as devidas precauções, é tempo de passar à acção. Um transporte privado deixa as pessoas no local. A viagem será monitorizada de perto por “experientes equipas de operações”. “Você não vai vê-los, mas eles poderão sempre vê-lo”, explica-se no site do projecto.

No local, as pessoas vão percorrer uma série de checkpoints devidamente cartografados. Quando o percurso chegar ao fim há uma recompensa “profundamente pessoal e indulgente” à espera de quem não teve qualquer contacto com a civilização os dias de reclusão.

Com as sessões de treino e a monitorização à distância, a empresa entende que a segurança dos forasteiros está sempre assegurada. E quem procuraria este tipo de aventuras? A campanha não define um público-alvo e é dirigida aos que procuram isolamento, mas também aos que querem reforçar laços. “Acho que vamos ver grupos de pessoas, no final de um dia difícil no trabalho, dizer: ‘Precisámos de nos perder, ter esta aventura e espairecer’”, explicou o co-fundador da Black Tomato, Tom Marchant à Crave.

Segundo a mesma publicação, os primeiros interessados incluem reformados em busca de algo novo, casais que querem sair da rotina ou aqueles que querem largar o trabalho e esquecer a carreira por uns instantes. Para o co-fundador, todos têm algo em comum: “Por que razão é que as pessoas viajam e o que procuram? Ocorreu-nos que as pessoas procuravam um escape quando viajam, mas não da maneira convencional de ir a um lugar distante, mas mais como uma forma de se desligarem do mundo real ".

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