Uma agenda alternativa para Portugal

As directas vêm aí. Será um bom momento para discutir o futuro do PSD.

Os recentes resultados das eleições autárquicas evidenciam uma nova realidade para o PSD: a perda do voto urbano. Os resultados do Porto, Lisboa, Sintra, entre outros concelhos, mostram como o PSD se fechou sobre si mesmo. O partido que Sá Carneiro criou em profunda ligação com o que ele chamava o "país real" e a sua sociedade civil desapareceu nestas eleições.

Procurar culpados não será, neste momento, a melhor opção. Antes será o tempo do debate interno. O tempo de devolver o PPD/PSD às bases. As bases que sempre ajudaram o partido nas suas grandes crises internas das quais saiu, muitas vezes, para ganhar os portugueses.

O partido que Sá Carneiro fundou é um partido que não desiste. É um partido que tem uma leitura social da sociedade, uma visão da Economia Social de mercado e vê o papel do Estado como garante dos direitos, das liberdades e das garantias dos cidadãos.

Um partido que sabe a importância do Estado Social e assume como decisivas as funções de soberania do Estado. Um partido que compreende a necessidade de sustentabilidade das contas públicas e aproxima as pessoas independentemente do credo religioso, do género ou da cor. Um partido que integra e não separa. Agrega um espaço político não alienando o eleitorado do centro esquerda para o qual representa a ambição de ser o elevador social que todos desejam.

Esse partido hoje tem de abrir o debate. Discutindo internamente o que queremos para o futuro. Uma grande parte do eleitorado, que não é refém da "geringonça", anseia uma agenda política alternativa para Portugal.

Pedro Passos Coelho, a quem o país deve muito, estou certo, compreenderá a importância de ter um partido vivo que não esteja à espera de um D. Sebastião. Um partido onde não seja necessário pagar para ver porque não confundimos unidade com unicidade.

As directas vêm aí. Será um bom momento para discutir o futuro do PSD. Espero e desejo que o PSD do Porto, cidade e distrito, cumpra o seu histórico papel.

Agora não podemos ter mais uma oportunidade perdida porque vamos lutar. Lutar por um PSD social-democrata, à portuguesa e ganhador.

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