PS considera que as autárquicas não põem Orçamento em risco

Carlos César quis separar os efeitos dos resultados eleitorais da aprovação do OE2018 e referiu-se à “negociação prévia” com os partidos da esquerda parlamentar para afirmar tranquilidade.

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Nuno Ferreira Santos

O presidente do PS, Carlos César, foi a Belém garantir a Marcelo Rebelo de Sousa que o Governo acredita que as eleições autárquicas não colocam em risco a aprovação do Orçamento do Estado para o próximo ano.

“O PS veio dizer ao Presidente da República que está em condições de garantir a apresentação da proposta do Orçamento do Estado, a recolha na generalidade do assentimento dos parceiros parlamentares que têm vindo a dar suporte à solução governativa, a continuação de políticas como o aumento de rendimento das famílias, a reposição de direitos e afirmação da justiça fiscal e a continuidade da política orçamental”, afirmou Carlos César à saída da audiência que demorou cerca de uma hora.

César, que encabeçava a delegação socialista juntamente com a secretária-geral adjunta, Ana Catarina Mendes, e o líder da JS, Ivan Gonçalves, tentou separar as leituras dos resultados das autárquicas da aprovação do OE. “As autárquicas dizem respeito à opção que os cidadãos tomam em relação a realidades locais”, começou por dizer, mas acabou por reconhecer uma leitura nacional. A que quis fazer foi só uma: a de que “houve um reforço nos partidos que estão associados à maioria parlamentar que apoia o governo e uma diminuição na área da direita”.

Mas o que lhe interessava dizer é que “os resultados não têm a ver com esta negociação que está em curso para a provação da lei o OE, como não afectam o bom relacionamento entre os partidos que apoiam o Governo”. Carlos César referiu-se mesmo a uma negociação prévia com esses partidos para passar a mensagem de tranquilidade. Agora, disse, “cabe aos partidos que estiveram envolvidos nessa negociação prévia avaliar essa proposta, formular se for o caso propostas alternativas, aprovar nas dimensões em que acharem adequadas disposições dessa proposta de Orçamento”, afirmou.

Questionado directamente sobre se o PS está tranquilo quanto à aprovação do OE depois da perda eleitoral da CDU (PCP-PEV), César disse não considerar que haja “consequências dessas resultados na negociação da lei orçamental”. Aliás, fez questão de salientar que “a CDU continua a ser um grande partido local, com uma dimensão consolidada na administração local, mas que não é disso que estamos a falar”. Ou seja, que o OE deverá satisfazer “o máximo possível as aspirações” dos partidos que apoiam o governo, dos parceiros sociais e económicos.

“Estamos todos envolvidos na elaboração de uma proposta o mais consensual possível mas que reflicta a linha política que resulta das posições que foram subscritas pelo PS com os restantes partidos da esquerda parlamentar”, afirmou, concluindo que o PS “confia” na aprovação do próximo orçamento.

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