Uma das lojas que Câmara do Porto queria proteger já fechou

Executivo deverá aprovar a abertura de novo período de discussão pública para a inserção de três outros espaços na lista de lojas históricas

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A livraria Moreira da Costa deverá ser distinguida com a classificação de loja histórica do Porto Manuel Roberto

Dos 37 estabelecimentos que a Câmara do Porto se propunha proteger no âmbito do programa Porto de Tradição, um fechou entretanto, e outros dois estão a ser reavaliados, depois de terem sido alvo de pronúncias durante o período de discussão pública da proposta de classificação. Para a Drogaria Louzada a intenção municipal veio tarde de mais, a Farmácia Lemos e o restaurante A Regaleira têm que aguardar a análise das pronúncias apresentadas. O município propõe, entretanto, a protecção de três novos estabelecimentos.

Entre eles consta o alfarrabista Moreira da Costa, indicado como o mais antigo da cidade, e cujo futuro poderá estar em risco, depois de o espaço ter sido comprado pelos donos do Hotel Infante Sagres, que terão abordado informalmente os responsáveis pelo espaço sobre a eventualidade de fecharem a porta.

O vereador com o pelouro do Comércio, Turismo e Fiscalização, Manuel Aranha, leva à reunião do executivo da próxima terça-feira a proposta de abertura de um período de discussão pública de 20 dias, para que se analise a intenção de proteger a livraria, bem como a Galeria da Vandoma e a retrosaria Lopo Xavier & Companhia, Lda.. Menos sorte teve a Drogaria Louzada, cuja protecção supostamente conferida pela classificação como loja histórica já não foi a tempo de evitar o encerramento “formalmente comunicado à Câmara do Porto” durante o período de discussão pública, lê-se na proposta. A tradicional drogaria fechou há cerca de dois meses e o edifício onde estava instalada está, agora, em obras.

Dos 37 espaços inicialmente propostos ao executivo para classificação, vão, avançar, por enquanto, 34. Daqui a cerca de um mês, se não houver algo que o impeça, os três novos espaços sugeridos poderão, então, juntar-se a estes.

O programa Porto de Tradição juntou várias entidades, sob a supervisão do pelouro do Comércio, Turismo e Fiscalização da Câmara do Porto para, partindo de um trabalho já previamente feito em Lisboa, criar os critérios que orientariam a classificação de um espaço como loja histórica. O grupo de trabalho escolheu também o primeiro lote de estabelecimentos a merecerem essa protecção, a partir de um número inicial bem mais alargado e que rondava os 80 estabelecimentos.

A câmara está a trabalhar no regulamento a ser aplicado em definitivo às futuras lojas históricas, podendo, qualquer espaço que cumpra os critérios, propor-se a essa classificação. Os espaços classificados irão usufruir de uma maior protecção e benefícios.

Um dos locais que já manifestou a intenção de se candidatar é a confeitaria Serrana, espaço com mais de 70 anos, famoso pelo seu interior, com um varandim em ferro e os tectos pintados por Acácio Lino. Degradada e a precisar de obras, a confeitaria foi vendida recentemente a um sócio da Livraria Lello. Pedro Pinto, que é também administrador do centro empresarial Lionesa, adquiriu cinco prédios contíguos na Rua do Loureiro, incluindo aquele onde está a Serrana e onde estão também a Pensão Douro e a Casa Arcozelo.

Apesar de o novo proprietário não ter, até à data, dado qualquer indicação de que a confeitaria poderá estar em risco, a responsável pelo espaço, Mónica Oliveira, teme que isso possa acontecer e já demonstrou ao PÚBLICO a intenção de candidatar o espaço à protecção do Porto de Tradição.

Reforço do Porto Solidário

Na reunião da próxima terça-feira, a primeira depois das férias, o executivo deverá aprovar ainda o reforço em 700 mil euros do Porto Solidário – Fundo Municipal de Emergência Social. Na proposta do presidente Rui Moreira explica-se que na última análise de eventuais beneficiários deste apoio camarário para foram deixadas de fora 305 candidaturas “por insuficiência de verba”.

São essas 305 candidaturas que serão analisadas, após o reforço, estando previsto que, dos 700 mil euros que se irão juntar ao programa, 234 mil sejam utilizados ainda este ano e os restantes 466 mil, em 2018.

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