Em nome da inclusão, maquinistas de Londres deixam de dizer “senhoras e senhores”

Após meses de pedidos de grupos LGBT, a rede de transportes londrina pede aos seus maquinistas que utilizem linguagem que faça com que todos se sintam bem-vindos, como a expressão “olá a todos”.

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O característico "Ladies and Gentlemen" que antecede os avisos no Metro de Londres vai deixar de ser utilizado REUTERS/Kevin Coombs

A típica expressão inglesa “Ladies and Gentlemen”, que traduzida significa “Senhoras e Senhores”, vai deixar de ser utilizada pelos maquinistas do Metro de Londres, numa tentativa de promover a inclusão através de um cumprimento mais neutro. A expressão, utilizada no início dos anúncios feitos aos passageiros, será substituída por cumprimentos que não discriminem ninguém, como “Hello, everyone” (Olá a todos) ou “Good morning, everyone” (Bom dia a todos), noticiou o jornal Washington Post.

Este cumprimento será aplicado não só nas mensagens que anunciem atrasos e outros avisos, mas também nas mensagens pré-gravadas da rede de transportes da capital britânica. “Fizemos uma revisão da linguagem utilizada nos anúncios e queremos assegurar-nos de que é totalmente inclusiva e que reflicta a grande diversidade que há em Londres” explicou em comunicado o director da agência de estratégia ao cliente, Mark Evers. O objectivo, diz, é que todos se sintam bem-vindos na rede de transportes.

A decisão surge depois de vários pedidos ao longo dos últimos meses de associações LGBT, como a Stonewall – que considera que ainda que a expressão “senhoras e senhores” revele boa-educação, é antiquada. “A linguagem é extremamente importante para a comunidade lésbica, gay, bissexual e transsexual, e a maneira como a usamos ajuda-nos a garantir que todos são incluídos”, disse um porta-voz da Stonewall, citado pelo Independent.

Já no final de Junho, após uma queixa de uma utilizadora que se sentiu discriminada, o presidente da Câmara de Londres, Sadiq Khan, tinha-se mostrado preocupado por alguns dos clientes não se sentirem confortáveis com a maneira como os anúncios eram feitos.

A queixa tinha partido de Aimee Challenor, uma mulher transgénero, a quem foi dito, enquanto ligava para uma linha de apoio ao cliente da transportadora, que “não soava como uma menina”. “As pessoas dizem que é uma coisa insignificante e que eu devia arranjar uma vida, mas são estas pequenas coisas que podem fazer a diferença para uma vida melhor”, explicou Challenor ao jornal Evening Standard.

A rede Transport for London afirmou que já tinha começado a dar indicações aos seus funcionários para cumprir as novas normas, ainda que considere provável que possa haver lapsos, razão pela qual haverá lembretes. 

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