Bombistas suicidas matam pelo menos seis pessoas em funeral em Cabul

Ataque ainda não foi reivindicado. Em menos de uma semana, morreram mais de cem pessoas na capital do Afeganistão.

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Pelo menos seis pessoas morreram este sábado em Cabul, capital do Afeganistão, depois de pelo menos três bombistas suicidas se terem feito explodir este durante um cortejo fúnebre. Segundo a BBC, mais de 100 pessoas ficaram ainda feridas no ataque, que teve como alvo o funeral de um dos cinco afegãos que tinham morrido esta sexta-feira em confrontos com a polícia. A Reuters tinha incialmente noticiado que havia 19 mortos, com base no relato de um hospital afegão, mas o Ministério do Interior adiantou que, até ao momento, só há confirmação de seis mortes.

“Havia sons de explosões por todo o lado e vi as minhas mãos e cara a arderem”, contou à Reuters Mohammad Azim, um dos feridos resultantes do atentado que recebia assistência num hospital de Cabul. “Havia pedaços de corpos por todo o lado”, acrescentou

As explosões deste sábado prolongam o terror vivido durante a semana na cidade. Na quarta-feira, um camião armadilhado explodiu no bairro diplomático de Cabul, causando mais de 90 mortos e 400 feridos. O ataque aconteceu numa das zonas teoricamente mais seguras da capital, e foi o mais grave de três episódios sangrentos a abalarem a cidade em apenas quatro dias.

O chefe do Executivo afegão e ex-candidato presidencial Abdullah Abdullah estava no cortejo fúnebre atacado este sábado, mas sobreviveu sem ferimentos às explosões. Já em 2014, na campanha para as presidenciais, Abdullah também sobrevivera a uma dupla explosão que vitimou cinco pessoas no centro de Cabul. Numa comunicação ao país através da televisão, Abdullah avançou pormenores sobre o ataque deste sábado, explicando que os bombistas suicidas se encontravam entre a multidão, e anunciou a abertura de uma investigação. Para já, desconhece-se a autoria do atentado, que não foi reivindicado por nenhum grupo. Os taliban negaram qualquer envolvimento, à semelhança do que fizeram após o mortífero ataque de quarta-feira no bairro diplomático.

Abdullah e o Presidente Ashraf Ghani eram precisamente o alvo da ira dos manifestantes que, na sexta-feira, saíram à rua em Cabul para protestar contra supostas falhas das autoridades que terão facilitado a ocorrência dos recentes atentados, pedindo a demissão dos dois líderes. Durante o protesto, confrontos entre manifestantes e a polícia causaram cinco vítimas mortais, incluindo o filho de um senador afegão, Mohammad Alam Izadyar, cujo cortejo fúnebre se realizava este sábado.

“O país está a ser atacado. Temos de permanecer fortes e unidos”, lê-se entretanto numa mensagem do Presidente afegão, Ashraf Ghani, no Twitter, que condena o ataque “ultrajante”.

As autoridades têm advertido os afegãos contra a participação em manifestações, apontando um elevado risco de ataques contra aglomerados de pessoas. Nos últimos dias, foram reforçados postos de controlo no centro de Cabul e há veículos blindados a patrulhar as ruas. 

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